30 de abril de 2011

O Amor Comeu Meu Nome...

Passeando pelos blogs desta vasta rede, encontrei um texto que apreciei muito. O li, e resolvi publicá-lo aqui, não sei o nome de seu autor, desconheço completamente sua história, mas acho que vale a pena colocá-lo, de forma muito respeitosa aqui, a fonte do texto se encontra ao final, estando ele na integra, apenas tomei a liberdade de acrescentar a foto:


O amor comeu meu nome, minha identidade, meu retrato. O amor comeu minha certidão de idade, minha genealogia, meu endereço. O amor comeu meus cartões de visita. O amor veio e comeu todos os papéis onde eu escrevera meu nome. O amor comeu minhas roupas, meus lenços, minhas camisas. O amor comeu metros e metros de gravatas. O amor comeu a medida de meus ternos, o número de meus sapatos, o tamanho de meus chapéus. O amor comeu minha altura, meu peso, a cor de meus olhos e de meus cabelos. O amor comeu meus remédios, minhas receitas médicas, minhas dietas. Comeu minhas aspirinas, minhas ondas-curtas, meus raios-X. Comeu meus testes mentais, meus exames de urina. O amor comeu na estante todos os meus livros de poesia. Comeu em meus livros de prosa as citações em verso. Comeu no dicionário as palavras que poderiam se juntar em versos. Faminto, o amor devorou os utensílios de meu uso: pente, navalha, escovas, tesouras de unhas, canivete. Faminto ainda, o amor devorou o uso de meus utensílios: meus banhos frios, a ópera cantada no banheiro, o aquecedor de água de fogo morto mas que parecia uma usina. O amor comeu as frutas postas sobre a mesa. Bebeu a água dos copos e das quartinhas. Comeu o pão de propósito escondido. Bebeu as lágrimas dos olhos que, ninguém o sabia, estavam cheios de água. O amor voltou para comer os papéis onde irrefletidamente eu tornara a escrever meu nome. O amor roeu minha infância, de dedos sujos de tinta, cabelo caindo nos olhos, botinas nunca engraxadas. O amor roeu o menino esquivo, sempre nos cantos, e que riscava os livros, mordia o lápis, andava na rua chutando pedras. Roeu as conversas, junto à bomba de gasolina do largo, com os primos que tudo sabiam sobre passarinhos, sobre uma mulher, sobre marcas de automóvel. O amor comeu meu Estado e minha cidade. Drenou a água morta dos mangues, aboliu a maré. Comeu os mangues crespos e de folhas duras, comeu o verde ácido das plantas de cana cobrindo os morros regulares, cortados pelas barreiras vermelhas, pelo trenzinho preto, pelas chaminés. Comeu o cheiro de cana cortada e o cheiro de maresia. Comeu até essas coisas de que eu desesperava por não saber falar delas em verso. O amor comeu até os dias ainda não anunciados nas folhinhas. Comeu os minutos de adiantamento de meu relógio, os anos que as linhas de minha mão asseguravam. Comeu o futuro grande atleta, o futuro grande poeta. Comeu as futuras viagens em volta da terra, as futuras estantes em volta da sala. O amor comeu minha paz e minha guerra. Meu dia e minha noite. Meu inverno e meu verão. Comeu meu silêncio, minha dor de cabeça, meu medo da morte.


Fonte: http://jachson.blogspot.com/2008/03/o-amor-comeu-meu-nome.html

29 de abril de 2011

A Menina que Brincava com Fogo

Ocasionalmente, encontramos eventos (in) esperados! Foi o que aconteceu ao perceber que a sequência do filme "Os Homens que Não Amavam Mulheres" já havia saído...

O filme como dito anteriormente, é a adaptação da série de livros de Stieg Larsson. Nesta continuação a hacker Lisbeth Salander e o jornalista Mikael Blomkvist se vêem investigando assassinatos brutais, redes de prostituição e tráfico de mulheres. Novamente, vemos um clichê de filmes policiais ser transformado, ao nos apresentar a história de Lisbeth Salander, que se vendo acusada dos brutais assassinatos, encontra com seu passado.

Ao mesmo tempo Blomkvist tenta provar a inocência de Lisbeth, descobrindo aos poucos a história de sua misteriosa amiga.

"A Menina que Brincava com Fogo" é um título bem sugestivo, e define muito bem o filme, que vale muito a pena ser visto!

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The Runaways

Em plena semana, me deu uma vontade de assistir The Runaways...

Baseado na história da primeira banda de rock formada somente por garotas, o filme é interessante, se encararmos que na época, o rock era um ambiente totalmente masculino, a banda foi realmente um acontecimento impressionante e inovador. O filme coloca isso muito bem, a interpretação das atrizes é boa, contudo, o filme para por aí...
Terminei com o sentimento de ter visto um filme vazio, "Cazuza: o tempo não pará" foi mais tocante. Esperava mais, afinal a história parecia boa, caiu em um clichê!
Alguns momentos do filme ficam no ar, sem uma continuação lógica, deixando a impressão de que eles necessitavam terminar logo para ir pra casa.
Mas embora o filme pareça ruim, vale assistir, pela atuação, pela maquiagem e ambientação, e o filme apesar de tudo, nos apresenta uma época de atitudes ("Sexo, Drogas e Rock and Roll") que nos dias atuais parecem algo distante, a perder de vista...