16 de janeiro de 2013

Kuroshitsuji

Kuroshitsuji é um anime com 24 episódios e alguns OVAs, baseado no mangá de Yana Toboso e publicado pela Square-Enix. O anime estreou sua primeira temporada em outubro de 2008, e após grande sucesso lançou ao final de 2009 uma 2ª temporada com 12 episódios.

O anime gira em torno da vida de Ciel Phantomhive, um garoto de 12 anos que, após a morte dos pais, herdou o título de Conde, os negócios da família e o obscuro título de Cão de Guarda da Rainha.

A trama se passa na Era Vitoriana, e Ciel tem que investigar uma série de eventos bizarros a mando da Rainha, contando então com ajuda de seu mordomo Sebastian Michaelis, que se mostra um fiel guarda-costas, impecável em seus afazeres. Contudo, a relação entre Ciel e Sebastian é mais profunda, quando descobrimos que Sebastian, na verdade, é um demônio invocado pelo menino para ajudá-lo a descobrir e punir quem matou sua família, pagando com sua alma para que ele lhe sirva fielmente.

Com um traço elegante, e característico de animes do tipo Shoujo, Kuroshitsuji é bem sombrio, porém com certa dose de comédia. É um anime que vale a pena ser visto, com personagens fortes e cativantes, roteiro inteligente e com uma trama interessante. Destaco a 2ª temporada, onde conhecemos Alois Trancy, e seu mordomo, conhecido como A Aranha.

Deixo um link do site Ani tube! com episódios legendados do anime.

Também deixo um link para 2 musicais baseados no mangá. Os musicais exploram o lado cômico dos personagens, porém o suspense e o drama ainda se fazem presentes.

  1. Musical I:

  2. O Musical II está dividido em várias partes, optei por deixar apenas 3 partes, pois estenderia muito a postagem. O restante pode ser facilmente visto nos relacionados:

7 de janeiro de 2013

O menino-mesmo

Olha lá o menino!
O mesmo, lá vai!

Desejou voar, e saltou
Mas sem asas, ficou no chão
Achou-se Ícaro
Era por demais humano

Quis pintar o rosto
De (hoje) cálida lembrança
Falhou a cor
Aprendiz do aprendiz

O menino-mesmo arfou
Correndo, explodindo, urrando
Viu-se livre.
Gabou-se,
De sua intrincada prisão

E, como fermento não erra,
Sentiu borbulhar o negrume
Adocicado temperado
Do grisalho enlouquecedor

O menino-mesmo mudou
Mudou-se, "renasceu"
Em círculos

Defendeu os céus,
Qual cavaleiro da Santa Ordem!
E entreviu, pela armadura de platina,
O cavalo de pau que cavalgava

Lutou pelo verdadeiro tom
Soando consonante feito pedra
Afirmou-se novo
– de joelhos para o velho mundo

Estirou o indicador feito lança
Imperador da sacra justiça
– caiu
Ladrão torpe
Cor imunda

O menino-mesmo amou.
– ah, se amou!
Amante tão desejável esta:
O reflexo de sua própria ambição.
Que o mesmo não ama,
O menino não pinta,
O símile não canta, nem dança.
O menino-mesmo amou.

E mais? Algo mais,
Mea culpa desinteressado?
Mais outra revelação
Obviedades mais?

O menino-mesmo, lá vai!
Quis ser sincero
E, ao querer, mentiu.


Escrito em 24 de dezembro de 2012,
às 19:20h.

No empoeirado Circo.

Imagem: Espelho Mágico,
by M. C. Escher.

Constatação

O que me restou da dor? Uma face, olhos turvos que desviam de encontros, confrontos que não são, e o clarão de uma descoberta: não sou romântico.

Pois que não sou capaz de olhar a rosa sem me atentar aos espinhos, não consigo mais alcançar a doce ingenuidade da primeira vez sem corrompê-la com o presságio do que me resta.

E o que me resta?



Em algum momento do outono de 2012,
em um caderno de pensamentos.

Imagem: Eve,
by Leslie Ann O'Dell.

Descrença

Amanheceram folhas caídas
As mesmas folhas,
Das mesmas árvores

Mora em mim uma cor
Que busca a beleza
Em toda sua infinita,
Tão clara, inutilidade

Mas cresce também a chaga
Febril doença dos sentidos
A intuir abismos
Nos mais dourados campos

Vê a criança, como guia.
Espera, e verás nascer
Ou a víbora de Vênus
Ou a traça de Marte

E que importa o gênero
Se no fim nem vale o ar
Não paga o Sol que a ilumina

Embota-se a cor
Mas a ferida também a acentua
Pois não há vermelho mais fogo
Nem amarelo mais ouro
Nem cor tão viva
Quanto aquela que brota do cinza


Escrito em 31 de julho de 2012,
em um caderno de pensamentos.

Imagem: Sear,
by Leslie Ann O'Dell.

Rotina

Passa lento o dia
Horas que não sorriem
Boca ainda no ontem

Ao menos sustento, suporto?
Cansaço frio, nublado
Trancado, sem sol

Vi a criança a brincar
Triste começo
De uma sorte volúvel

Mas seu riso me trouxe
O calor de um presente
Antídoto terno
De um beijo mordaz

E o que digo? É erro
Vaidade em buscar
O vento veloz

Sem me reconhecer
Nas pegadas que fiz
No universo sutil

Que infinito nasceu.
No asfalto incolor
Grito a cor de viver


Escrito em 19 de julho de 2012,
em um caderno de pensamentos.

Imagem: Pray,
by Leslie Ann O'Dell.