16 de fevereiro de 2014

Gravidade


      Eu ouvi muito sobre o filme Gravidade, mas como não curto muito filmes de ficção científica preferi deixar de lado. Contudo, não podia estar mais enganada!

 

 
    O filme conta a história da Dra. Ryan Stone (interpretada por Sandra Bullock) que é uma engenheira médica em sua primeira missão em um ônibus espacial. Acompanhada pelo astronauta veterano Matt Kowalsky (interpretado por George Clooney), que está no comando em sua última missão.
     Enquanto a Dra. Ryan realiza reparos em um telescópio, são atingidos por lixo espacial que destrói o ônibus espacial, deixando-os a deriva no espaço sideral, com oxigênio limitado e sem comunicação com a Terra. A partir deste ponto, ambos tentam sobreviver enquanto buscam por outras estações para poderem voltar a Terra.
 
 
     Resumidamente o filme é isso, seria simples senão fosse a maneira brilhante como ele foi desenvolvido.
     Com cenas impressionantes da Terra vista do espaço, e do próprio espaço, o diretor nos coloca ante a vastidão do Universo. Porém, a desesperadora situação de ambos os personagens nos dá uma sensação de claustrofobia e desespero quase o filme todo.
    Cabe ressaltar, que espanta a calma com que o veterano Kowalsky apresenta em detrimento da Dra. Ryan, que se desespera levando-a a "queimar" seu oxigênio.
     Outra coisa interessante do filme é o absoluto silêncio, salvo quando as tomadas se referem ao que os astronautas estão ouvindo por meio de seus comunicadores e locais com atmosfera. A cena em que Dra. Ryan se desespera e grita, mas não se ouve nada, pois supostamente estamos do lado de fora é bem marcante.
     Um dos filmes de ficção científica mais lúcidos que já vi, embora muito tenha se falado das falhas apresentadas, acho que elas são irrelevantes, senão plenamente compreensíveis, visto que muitas delas só são percebidas por pessoas que apresentem algum conhecimento técnico sobre órbitas de satélites, entre outros princípios físicos que regem nosso Universo.
 
   Vale muito a pena de se ver, pois as analogias estão presentes em quase todas as cenas, destaco a que Dra. Ryan chega a estação espacial, onde ela se entrega ao relaxamento tão profundo que fica em posição fetal.
 
    Existem vários detalhes ao longo do filme, que vai tocar cada pessoa de uma forma diferente. Uma experiência absolutamente impressionante!

6 de fevereiro de 2014

Deixa Ela Entrar - John Ajvide Lindqvist



 
      O livro Deixe ela entrar, de John Ajvide Lindqvist, sem dúvida foi um dos melhores livros sobre vampiros que já li atualmente, bem como suas adaptações cinematográficas.
      Abordando de forma inovadora um tema já batido, Lindqvist nos apresenta Oskar, um garoto que está entre a infância e adolescência. Filho de pais separados, vive com a mãe.
     Oskar é desajeitado, quieto, imaginativo, sofre de incontinência urinária, mas além de tudo isso, não possui quaisquer amigos. O relacionamento que possui com os colegas na escola se dá através do bullying pesado que sofre por parte deles. Neste cenário, ele conhece sua nova vizinha, Eli, no parque perto do apartamento onde mora. Em uma noite fria ele sai para brincar e a encontra no frio vestindo roupas leves.
    A partir daí o relacionamento vai se desenvolvendo para uma grande amizade, e Oskar vai conhecendo um pouco mais sobre a vida de Eli que vive com um homem mais velho, que ele entende ser seu pai.
    Paralelo a história de Oskar, na pequena cidade sueca, onde ele vive uma onda de assassinatos se inicia chocando toda a população.
    Basicamente este é o ínicio da obra de Lindqvist, falando primeiramente do livro, sua leitura é leve apesar da grande quantidade de cenas chocantes ao longo do enredo. Pedofilia, bullying, sexualidade são alguns dos temas cruamente tratados pelo autor.
   Na obra podemos observar várias histórias diferentes, que aos poucos vão se entrelaçando para o arremate final. Por isto o livro é agradável de ler, pois confere perspectivas diferentes, dinamismo.
   Lançado pela editora Globo no Brasil, o livro tem 504 páginas que não dá pra sentir, lê-se rapidamente com um gosto de quero mais no final.
   Suas adaptações cinematrográficas são excelentes, mas em minha opinião a versão sueca logrou mais sucesso em captar o livro para as telas. Com uma história complexa e densa, a versão americana simplesmente ignorou algumas partes deixando várias lacunas, já a versão sueca soube enxugar a história sem deixá-la tão lisa. Porém, ambas são muito boas!


Filme Sueco







      Este é um link (em inglês) que encontrei, possui supostos spoilers para uma continuação, contudo não consegui confirmar a informação.



Informações do autor

      John Ajvide Lindqvist nasceu em Blackeberg, Estocolmo, Suécia em 1968. Trabalhou como roteirista de séries para TV sueca, como mágico e comediante de stand-up. Seu primeiro livro Deixa ela entrar foi lançado em 2004, sendo o qual o destacou.

2 de fevereiro de 2014

Medusas

     Na mitologia grega, Medusa era uma bela mulher. Desejada por todos os homens e invejada por todas as mulheres.
     No entanto, como sacerdotisa de Atena, devia se manter virgem em honra a Deusa Guerreira. Sendo assim, sempre declinou o assédio de todos os pretendentes que a cortejavam.
     Mas sua beleza chamou atenção não somente dos homens, mas do Deus Poseidon, que invadiu o templo de Atena e violentou Medusa.
    O ocorrido despertou a ira da Deusa, que puniu Medusa, transformando-a em um monstro horroroso. Logo, Medusa, a mais bela das mulheres ficaria conhecida como Górgona, a feia criatura que petrificaria a todos que ousassem olhar em seus olhos.
    Antes caçada por sua beleza, Medusa agora é caçada por sua maldição, muitos heróis buscaram matá-la para se apoderar de seu poder, uma arma importante em uma batalha.
    Simplificando, eis o mito de Medusa! Se observarmos que muitos mitos nascem de situações cotiadianas, vemos até hoje tantas medusas, poseidons e atenas espalhados pelo mundo...
 
 
    Ler nos jornais que há um aumento no número de casos de estupro no Brasil, segundo o Ministério Público são 50 mil por ano, os estupros coletivos na Índia, a prática de retirada do clitóris na África, tantos e tantos abusos contra a mulher, sempre as mesmas histórias, tão exaustivamente retratadas em filmes, livros, documentários. A pergunta que fica é: por que não muda?
    Como sociedade, entendemos que somos criaturas civilizadas aptas a partilhar de uma vida em conjunto, contudo uma mulher que tenha sido violentada frequentemente sofre escárnio das autoridades que a atendem, de seus vizinhos, até de seus familiares. É pensamento comum que ela pediu para que acontecesse ao sair na rua com uma saia mais curta, um decote ou mesmo por andar desacompanhada! Mas paro e penso, que bando de animais somos nós, que não podemos observar uma mulher passar na rua com uma roupa curta que devemos sair por ai gritando e urrando atrás dela!?
   Existe uma clara falta de respeito para com o próximo, observá-lo como pessoa e não como um objeto para quaisquer que sejam os fins. Perpetrado em novelas, em filmes, em música, no boca a boca, esta cultura, vejo com pesar, se intensifica. Não há homens e mulheres, mas machos e fêmeas no sentido mais primevo da palavra.
    A quem podemos culpar? Ao homem que sem carater violentou uma mulher? Fazendo as vias de advogado do diabo, existe toda uma série de reforços ao longo de toda sua criação como pessoa que lhe dizem que ele pode tomar, é de seu direito e instinto, um "não" saído da boca de uma mulher sempre pode virar um "talvez" se insistir...
   Deve-se culpar as mulheres, que deixaram esta situação se reforçar através dos anos. De permitir e educar seus filhos a esta maneira tão "machista"? De rotular uma mulher devido a seu comportamento?
   Não se pode culpar indivíduos, não quando eles vivem em sociedade, a culpa tem de ser minha, sua, partilhada por todos... Não importa se estas situações ocorrem aqui no Brasil, na Índia, na África, lembrando um pouco de Boff, somos cidadãos do mundo! Cabe a nós passar adiante, sempre reforçando sem esmorecer a ideia de seres humanos, não mais de gêneros, crenças ou quaisquer outros rótulos, uma mentalidade mais empática e racional... Do contrário, deixemos de lado toda a civilidade e voltemos as cavernas!
 

Campanha contra estupros em prisões nos EUA da Ong Stop Prisoner Rape
 

     Deixo duas obras sobre o tema e a campanha (famosa na web) que humoristas indianas fizeram contra o estupro em seu país, faço um adendo sobre o termo Bhaiya que significa "irmão", sendo utilizado entre amigos, quando próximos. Muitos sacerdotes (homens-santos mencionados), condenaram as ações de estupro, no entanto, alguns sugeriram que as vítimas deveriam tratar seus estupradores como irmãos, demonstrando amor e compaixão para com eles.
 
 
 
     Beautiful: drama coreano de 2008 que conta a história de Eunyoung, uma mulher de beleza deslumbrante, mas que se sente triste pelas situações que passa em razão dessa beleza. Até que após um acontecimento terrível em sua vida ela começa a matar sua aparência, considerando sua beleza uma maldição...
     Um filme bem intenso, que passa muito do que as mulheres passam, desde de abusos até os rótulos como beleza, forma de vestir.


 
     O Harém de Kadafi: este livro escrito pela jornalista Annick Cojean, do jornal Le Monde, é um relato sobre as barbáries perpetradas contra as mulheres durante a ditadura de Muamar Kadafi. Sequestros, estupros, drogas, tudo era permitido para este ditador que se proclamava o libertador das mulheres.
     No livro vemos a história de uma dessas garotas, que foi vista na escola pelo ditador quando tinha 15 anos. Levada para casa dele foi estuprada, mantida em cárcere para satisfazer os desejos do "Guia". Lá ela se vê junto a outras garotas que tiveram o mesmo fim, recrutadas em escolas, faculdades, filhas de generais, soldados... O apetite de Kadafi não tinha fim!
     Após sua morte essas mulheres que esperavam se ver livres, foram perseguidas pela própria Líbia, que as via como um símbolo de vergonha. Muitas foram mortas por seus parentes, outras passaram a se prostituir para manter sua vida, porém outras lutaram para que suas histórias fossem ouvidas, e parte desta história pode ser vista no livro.

 
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4 de janeiro de 2014

Mirai Nikki






   Mirai Nikki, ou Diário do Futuro é um mangá/anime de Sakae Esuno que conta a história de Yukiteru Amano, um garoto comum com dificuldades para arranjar amigos e se relacionar.
    Devido a sua personalidade, Amano passa o tempo todo escrevendo em um diário, que mantem em seu celular. Porém, além de escrever, ele também sempre se refugia em um mundo imaginário.
    Neste mundo há o que Amano chama de Deus Ex Machina, um personagem que controla o tempo e o espaço, que convida o garoto a participar de um jogo de sobrevivência onde o ganhador irá se tornar o novo deus. Quando Amano acorda, imaginando ter sonhado, descobre que seu diário pode prever o futuro, e que o jogo de sobrevivência é real...
   Doze escolhidos, com doze diários que preveem o futuro de formas diferentes, e que buscam de forma brutal vir a ser o novo deus...

 
 
 
 
 
   Na minha opinião, Mirai Nikki, junto com Death Note e Evangelion, fica no patamar de animes extremamente perturbadores. Fiquei realmente chocada com o desenrolar da trama! Com 26 episódios e 2 ovas (até onde eu vi), simplesmente não consegui parar de assistir até ver o final.
   Muitas vezes comparado com o anime Death Note, não vi grandes semelhanças da história em si, mas sim de elementos na trama como o jogo de estratégias.
  Como explicado acima, todos os escolhidos são convidados por deus a participar de um jogo de sobrevivência para ocupar o lugar do mesmo, mas quem terá mais direito? No fim, quem fizer de tudo para sobreviver, e quando digo tudo é tudo mesmo!! Não importa a idade, sexo, história o importante é o grande prêmio final que mudará tudo, cada escolhido com seu foco. Porém, este vencedor é o mais adequado?
  Com personagens berando o bizarro, situações absurdas, Mirai Nikki tira o folêgo com seu suspense, estratégia e com os jogos de terror que os escolhidos fazem entre si, com destaque para as personagens de Yuno e Minene Uryuu, cujas tramas destacam mais do que a de Amano. Um anime que vale a pena conferir!!
 
Uma dica: depois dos créditos há historinhas que ajudam a compreender a trama!
 


Pra quem quiser ver é só visitar Anitube.