29 de dezembro de 2010

O Indispensável Calvin

          Há poucos dias, zapeando pelo Google Livros encontrei por acaso uma pérola: The Indispensable Calvin and Hobbes (Calvin e Haroldo Indispensável). Não é novidade que Calvin e Haroldo é uma tira de simplicidade e leveza típicas de uma infância rica. Porém, o que me chamou a atenção (além obviamente das próprias tiras) foi o prefácio do livro: pequenos poemas, com a marca indelével de inteligência de Calvin. Infelizmente não encontrei o livro traduzido, por isso tentei traduzir o melhor que pude os poemas a seguir. Os poemas não tem nome, portanto são apresentados aqui na sequência que aparecem no livro.

Nota: todos os poemas e imagens deste artigo estão disponíveis na página do livro no Google Livros e são protegidos por direitos autorais.


I made a big decision a little while ago.
I don't remember what it was, which prob'ly goes to show
That many times a simple choice can prove to be essential
Even though it often might appear inconsequential

I must have been distracted when I left my home because
Left or right I'm sure I went. (I wonder which it was!)
Anyway, I never veered: I walked in that direction
Utterly absorbed, it seems, in quiet introspection.

For no reason I can think of, I've wandered far astray.
And that is how I got to where I find myself today.



Eu fiz uma grande decisão há um momento.
Não me lembro o que foi, o que talvez prove
Que amiúde uma simples escolha é essencial
Muito embora amiúde pareça inconsequente.

Devia estar distraído quando saí de casa pois
Esquerda ou direita, estou certo, segui. (E qual foi!)
Mesmo assim, nunca me desviei: caminhei em tal direção
Inteiramente absorto, talvez, em calma introspecção.

Sem motivo imaginável, o vasto espaço percorri
E por tal viagem hoje me encontro aqui.

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Explorers are we, intrepid and bold,
Out in the wild, amongst wonders untold.
Equipped with our wits, a map, and a snack,
We're searching for fun and we're on the right track!


Exploradores nós somos, intrépidos e audazes,
Pela selva, por entre surpresas ferozes.
Com um mapa, lanche e nosso juízo,
Diversão buscamos e estamos conseguindo!

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My mother has eyes on the back of her head!
I don't quite believe it, but that's what she said.
She explained that she'd been so uniquely endowed
To catch me when I did Things Not Allowed.
I think she must also have eyes on her rear.
I've noticed her hindsight is unusually clear.


Minha mãe tem olhos atrás da cabeça!
Não creio muito, mas ela quer que pareça.
Ela explicou que recebeu esse dom peculiar
Para quando faço Coisas Proibidas me pegar.
Acho que ela também tem olhos no traseiro.
Notei que mesmo atrás dela ela me vê inteiro.

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At night my mind does not much care
If what it thinks is here or there.
It tells me stories it invents
And makes up things that don't make sense.
I don't know why it does this stuff.
The real world seems quite weird enough.


À noite minha mente não muito se preocupa
Se o que pensa está longe ou em uma lupa.
Conta-me histórias que ela própria cria
E inventa coisas que eu mesmo não pensaria.
Eu não sei por que ela me faz isso
O mundo real já é bastante esquisito.

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What if my bones were in a museum,
Where aliens paid good money to see'em?
And suppose that they'd put me together all wrong,
Sticking bones on to bones where they didn't belong!

Imagine phalanges, pelvis, and spine
Welded to mandibles that once had been mine!
With each misassemblage, the error compounded,
The aliens would draw back in terror, astounded!

Their textbooks would show me in grim illustration,
The most hideous thing ever seen in creation!
The museum would commission a model in plaster
Of ME, to be called, "Evolution's Disaster"!

And paleontologists there would debate
Dozens of theories to help postulate
How man survived for those thousands of years
With teeth-covered arms growing out of his ears!

Oh, I hope that I'm never in such manner displayed,
No matter HOW much to see me the aliens paid.


E se meus ossos em um museu estivessem,
E para vê-los aliens pagassem e viessem?
E suponha que me montassem todo errado,
Grudando ossos distantes, lado a lado!

Imagine falanges, pelve e espinha
Coladas na mandíbula que um dia foi minha!
Com cada peça errada, criado o equívoco,
Os aliens ficariam apavorados, impossível!

Seus livros teriam-me em austera ilustração,
A coisa mais hedionda jamais vista na criação!
O museu encomendaria um modelo em gesso vivo
De MIM, a ser chamado, "O Desastre Evolutivo"!

E paleontologistas lá então debateriam
Dúzias de teorias, a pensar postulariam
Como o homem por séculos teria sobrevivido
Com braços dentuços saindo do seu ouvido!

Ah, espero que jamais isso tenha que acontecer,
Não importa QUANTO os aliens paguem para me ver.

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I did not want to go with them.
Alas, I had no choice.
This was made quite clear to me
In threat'ning tones of voice.

I protested mightily
And scrambled 'cross the floor.
But though I grabbled the furniture,
They dragged me out the door.

In the car, I screamed and moaned.
I cried my red eyes dry.
The window down, I yelled for help
To people we passed by.

Mom and Dad can make the rules
And certain things forbid,
But I can make them wish that they
Had never had a kid.


Eu não queria ir com eles.
Ai de mim, não tive opção.
Isso me foi bem explicado
Em vozes de terrível tom.

Eu protestei ferozmente
E me arrastei pela sala.
Mesmo tendo arranhado a mobília
Eles me puxaram para fora.

No carro, eu gritei e gemi.
Chorei com pupilas inchadas.
A janela aberta, implorei ajuda
Às pessoas andando na calçada.

Mamãe e Papai podem criar regras
E a certas coisas dizer proibido,
Mas eu posso fazê-los desejar
Que uma criança jamais tivessem tido.

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Now I'm in bed,
The sheets pulled to my head.
My tiger is here making Zs.
He's furry and hot.
He takes up a lot
Of the bed and he's hogging the breeze.


Agora na cama estou,
O lençol da minha cabeça pulou.
Meu tigre aqui fazendo Zês.
Ele é quente e peludo
Ele tomou quase tudo
Da cama e monopolizou a brisa.



Para os que não conhecem (ou querem ver mais) Calvin e Haroldo, há um artigo neste blog sobre Calvin e Haroldo.

28 de dezembro de 2010

Poesia Sufi


O sufismo é a corrente mística e contemplativa, que segundo algumas fontes têm suas origens na religião islâmica, porém está não é uma informação de todo verdadeira. Os praticantes são conhecidos como sufis ou sufistas, e procuram estabelecer uma relação íntima com Deus, utilizando de vários ritos e técnicas para tal.
Segundo palavras do site "Tarika":

"Há, no Ocidente, muita confusão, muitos mal entendidos acerca da Tradição Sufi de ensinamento e do desenvolvimento interior do indivíduo. A Tradição Sufi é, como tem sido sempre, uma ciência exata, não se encaixando dentro da série de “ismos” que marcam muitas filosofias populares."

O pensamento Sufi se fortaleceu no Médio Oriente no século VII e encontra-se hoje por todo o mundo, sofrendo perseguição em alguns lugares como Ásia, Oriente Médio e África.
Os místicos Sufis procuram ensinar, escrever e criar versos para devolver ao homem o conhecimento esotérico perdido pelas religiões estabelecidas. Em sua crença, Deus é amoroso, e a comunhão profunda com ele pode ser obtida por qualquer pessoa independente de suas crenças.
Alguns nomes de Mestres da Tradição Sufi: al-Ghazzali, Hafiz, JAmi, Saadi, Salman i-Farsi, Omar Khayyam, Rumi, Al-Beirun.

RUMI

Jalal al - Din Al Rumi nasceu em 1207, em Balkh, no Khorasan, atual Afeganistão. Em, 1244 conhece o velho místico Shams, e com ele trava uma amizade profunda, interrompida apenas pela morte de Shams, ao qual Rumi dedicou muitos poemas.
Rumi faleceu em 1273, e fazia parte da tradição dos Dervixes Rodopiantes, que compreende os místicos Sufis que utilizam a dança e o giro como um meio para atingir êxtase espiritual.
Rumi ficou conhecido como um grande poeta, através de seus livros: Masnavi, Fihi-Ma-Fihi e Divan.


POEMAS DE RUMI

O Amor partiu meu leve coração
e o sol vem clarear minhas ruínas.

Ouvi belas palavras do Sultão.
Caí por terra triste, acabrunhado.

Acercou-se de mim, vi o seu rosto.
"Do rosto eu não sabia mais do que o véu"

Se a luz do véu abrasa esse universo,
o que dizer do fogo de teu rosto?

O Amor veio e partiu. Eu o segui.
Voltou-se, como águia, e devorou-me.

Perdi-me no tempo e no espaço.
Perdi-me nos mares do verbo.

O gosto deste vinho,
conhece quem sofreu.

Os profetas bebem tormentos.

E as águas não temem o fogo.

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Quero fugir a cem léguas da razão,
Quero da presença do bem e do mal me liberar.
Detrás do véu existe tanta beleza: lá está meu ser.
Quero me enamorar de mim mesmo, ó vós que não sabeis!

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Eu soube enfim que o amor está ligado a mim.
E eu agarro esta cabeleira de mil tranças.
Embora ontem à noite eu estivesse bêbado da taça,
Hoje, eu sou tal, que a taça se embebeda de mim.

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Ele chegou... Chegou aquele que nunca partiu;
Esta água nunca faltou a este riacho
Ele é a substância do almíscar e nós o seu perfume,
Alguma vez se viu o almíscar separado de seu cheiro?

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Se busco meu coração, o encontro em teu quintal,
Se busco minha alma, não a vejo a não ser nos cachos de teu cabelo.
Se bebo água, quando estou sedento
Vejo na água o reflexo do teu rosto.

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Sou medido, ao medir teu amor.
Sou levado, ao levar teu amor.
Não posso comer de dia nem dormir de noite.
Para ser teu amigo
Tornei-me meu próprio inimigo.

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HAFIZ

al-Din Muhammad Hafiz nasceu em Chiraz, em 1325, foi um poeta lírico persa, professor exegese do Alcorão e adepto do Sufismo. Exímio no gazel (uma forma de ode), foi durante muito tempo poeta da corte, mas caiu em desgraça em 1368. Sua obra versa sobre o amor à natureza, aos prazeres do vinho e do amor, as imagens incomuns e as exatas descrições da vida cotidiana da época.
Sua obra intitulada Diwan, com mais de 500 poemas líricos (gazéis). Morreu em Chiraz no ano de 1390.

POEMAS DE HAFIZ

Um dia, o sol admitiu:
Sou apenas uma sombra,
quisera poder mostrar-te a infinita incandescência
que lançou minha imagem brilhante.
Quisera poder mostrar-te,quando você se sentir só ou na escuridão,
a surpreendente luz do seu próprio ser.

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O que poderia Hafiz proferir sobre aquele dia
Quando o sol concebeu um homem,
Deu à luz a si próprio como a realidade e a verdade?
Que justiça poderia todo discurso na criação jamais dizer
A respeito daquela esplendorosa manhã
Quando o eterno Um maravilhoso Deixou seu rosto
Reaparecer na forma através da graça?
Há algo que eu vi no interior de Maomé,
Essa é a raiz luminosa de toda a existência,
Independente da noviça dança do tempo
Através de uma única corda do alaúde do infinito.
O que pode até mesmo o amor de Hafiz expressar
Pelo antigo doce homem
Que sempre produz compaixão e ludicidade divina?
O que pode o vórtice do meu humor, perspicácia e gratidão sublimes,
jamais dizer Sobre o pai dos perfeitos,
Quando eles próprios, podem transformá-lo em Deus?
Eu trago presentes hoje dos reis dos peixes, animais, aves, e anjos.
Eu trago presentes hoje dos rios, mares, campos, estrelas,
E de cada alma - que para sempre será!
Amado deixe-nos conhecer O que a luz viu e disse
Quando te descobriu pela primeira vez, e em seguida, saltou e desfaleceu
Em tal risada maravilhosa Que a luz tornou-se Este solo de terra E este céu.
Ó, Eterno, neste dia sagrado sempre presente esqueça sua divina reserva
- Escancare as portas da Taberna.
Dê aos seus sedentos velhacos leais
Uma bebida de sua sagrada vintage,
Livre-nos de nós mesmo, um pouco
Com abençoado conhecimento consumidor do seu Ser Omnipresente.
Nós somos suas noivas ansiosas, por que esconder isso?
Somos mariposas dervixes cantando.
Nossas almas sabem Daquele fogo imaculado que você mantém
Que pertence a nós!
Mesmo a morte não terá poder agora
Para calar Seu nome de bater loucamente em nossos corações.
Viajante, agora não é hora se sentar-se quieto
Pois nada, além de um grande clamor de alegria
E música pode fazer qualquer sentido
Hoje!

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Uma destas noites, um sábio me falou: "É preciso conheceres o segredo daquele que nos vende o vinho."
E ainda: "Não leves nada a sério. O mundo carrega de enormes fardos aqueles que dobram a cerviz."
Depois, estendeu-me uma taça onde o esplendor do céu se refletia tão vivamente que Zuhra se pôs a dançar:
"Filho, segue o meu conselho; não te inquietes com as noites deste mundo. Guarda as minhas palavras: elas são mais raras do que as pérolas"
"Aceita a vida como aceitas essa taça, de sorriso nos lábios, ainda que o coração esteja a sangrar. Não gemas como um alaúde; esconde as tuas chagas"
"Até o dia em que passares por trás do véu, nada compreenderás. Não podem ouvidos humanos ouvir a palavra do anjo"
"Na casa do amor, não te envaideças das tuas perguntas, nem da resposta."
Vinho, ó Saki, mais vinho: as loucuras de Hafiz foram compreendidas pelo Senhor da alegria, Aquele que perdoa, Aquele que esquece...


Fonte: Tarika

Sertão do Peri

Poesia Sufi

Black Swan


Alguns filmes possuem uma história simples, mas a forma como ela é construída, interpretada, dá vida e uma nova forma de encara-lá, é o que acontece com o filme Black Swan, ou na tradução para o português Cisne Negro, filme de Darren Aronofsky. Olhar a sinopse e acreditar que a história gira em torno da disputa entre as bailarinas é ter uma visão muito simplista do filme, é preciso observar de perto e se surpreender!
Nina Sayers é uma bailarina dedicada, disciplinada, com uma técnica perfeita, sua vida se define pela dança. Vive com sua mãe uma ex-bailarina que a sufoca com seu controle e obsessão.
Quando Nina recebe a oportunidade de substituir a bailarina principal, Beth MacIntyre na abertura da nova temporada de "O Lago dos Cisnes", se vê em uma disputa feroz com outra dançarina: Lily.
Embora, Nina, seja uma excelente bailarina, ela necessita interpretar dois papéis distintos: o Cisne Branco, personificação da inocência e graça, e o Cisne Negro, que representa a malícia e a sensualidade. Dada sua personalidade Nina só consegue interpretar o Cisne Branco, enquanto Lily é a personificação do Negro.
Como no ballet, Nina se vê transformada no palco na disputa entre os dois cisnes, entrando em contato com uma faceta de sua personalidade que ela desconhece.
Black Swan é um filme impressionante, e Natalie Portman por meio de sua atuação nos retrata perfeitamente toda a angústia de Nina. O clima de suspense e delírio do filme nos prende, e nos questiona a todo momento sobre o que é uma realidade e o que não passa de imaginação.
Cotado para ser um dos 10 filmes indicados ao Oscar 2011 de melhor filme, Black Swan (Cisne Negro) é um filme impressionante do começo ao fim.





- FILME -

27 de dezembro de 2010

Carmilla


Carmilla foi composta por Joseph Sheridan Le Fanu, em 1872, com base em seus estudos sobre o vampirismo, compilando pela primeira vez todos os elementos conhecidos sobre o mito, tais como a estaca no coração, a metamorfose em animais, a decapitação, a sensualidade e o erotismo.
Embora seja um clássico da literatura gótica, não apresenta grandes evoluções em sua história, sendo fundamentalmente maniqueista, onde apresenta a jovem Laura, personagem inocente, e apática do mundo ao seu redor até que Carmilla se hospeda em sua casa, por convite do pai de Laura, que a recebe por ter sofrido um acidente próximo a residência, que a impede de continuar sua viagem. Ao contrário de Laura, Carmilla é uma jovem cheia de alegria e vida, e da relação de ambas nasce uma amizade intensa e apaixonada.
Contudo, os estranhos hábitos de Carmilla despertam interesse das pessoas, ao mesmo tempo em que acontecimentos escusos ocorrem nas redondezas.
Laura se vê, então, presa e fascinada pelo mistério que ronda sua nova amiga, porém sente que deve resistir aos seus encantos.
É neste ponto que a história de Le Fanu inova, pois que para a sociedade de 1872, a relação de paixão e desejo de Carmilla por Laura, manifestada por meio de palavras, toques apaixonados, beijos e cenas de pesadelos, onde uma personagem domina a outra, ainda que de forma não explícita, é chocante.
A novela em muitos pontos é confusa, deixando várias lacunas, que empobrecem, mas não afetam realmente a história.
Outro ponto interessante, é que Carmilla, ao meu ver, coloca a personagem vampira (e maligna) mais cativante do que a personagem Laura, personificação do bem.
Um livro curto, e fácil de ser lido, para quem aprecia literatura do gênero, vale a pena conferir.

- LIVRO -

14 de dezembro de 2010

Trilha Sonora "Na Natureza Selvagem"


           Certamente, a trilha sonora é um elemento chave de um filme, ela, assim como os cenários, a interpretação dos atores, e todo o mais contribui de forma relevante para o sucesso de "criar o clima" da cena. Mas, existem aquelas trilhas sonoras que se sobressaem, tornam-se algo a parte do filme.
          Foi o que aconteceu com a trilha sonora do filme "Na Natureza Selvagem", dirigida por Eddie Vedder sob encomenda de seu amigo Sean Penn (diretor do filme). 
           Vedder fez a trilha após voltar da turnê com Pearl Jam, executando-a em 3 semanas, entre composição e gravação. A trilha sonora é poética, despojada e extremamente sensível. A faixa Guaranteed, ganhou o Globo de Ouro e foi indicada ao Grammy. Uma trilha sonora linda e viciante.

Faixas:
1 - Hard Sun
Escrita por Gordon Peterson.
Interpretada por Eddie Vedder.

2 - Society
Escrita por Jerry Hannan.
Interpretada por Eddie Vedder.

3 - Setting Forth
Por Eddie Vedder.

4 - No Ceiling
Por Eddie Vedder.

5 - Far Behind
Por Eddie Vedder.

6 - Rise
Por Eddie Vedder.

7 - Long Nights
Por Eddie Vedder.

8 - Tuolumne
Por Eddie Vedder.

9 - The Wolf
Por by Eddie Vedder.

10 - End of the Road
Por Eddie Vedder.

11 - Guaranteed
Por Eddie Vedder.

12 - Going up the Country
Por Canned Heat.

13 - King of the Road
Escrita e Interpretada por Roger Miller.

14 - Doing the Wrong Thing
Por Kaki King.

13 de dezembro de 2010

Vlad: A Última Confissão


          Vlad III foi um conhecido príncipe da Transilvânia durante o séc. XVI. Passou para a história por sua crueldade extrema, que lhe rendeu o título de Vlad Tepes (o Empalador) ou Drácula, cujo significado seria "filho do dragão", mas as pessoas traduziram por "filho do diabo", pois acreditavam que ele tinha um acordo com o diabo, dada sua maldade. 
            Bram Stoker se apropriou deste personagem histórico para dar vida ao seu, criando um clássico do terror "Drácula", a obra que criou o mito literário do vampiro de hoje. 
Drácula se eternizou...como um vampiro, como um empalador, e esta imagem tem sido usada exaustivamente por várias mídias.
           É extremamente raro, quem explore o lado histórico do personagem, e C. C. Humphreys ao escrever seu romance "Vlad: A Última Confissão" o faz, reconstituindo a vida de Vlad desde sua juventude (que segundo a história foi passada como refém dos turcos), explorando o ambiente em que ele vive, e como se desenvolveu suas crenças e sua personalidade, o autor tenta elucidar um pouco da mente deste controverso personagem. Contudo, o livro é neutro, ele apresenta os fatos (tais, como poderiam ter sido) e deixa em nossa mãos a tarefa de julgar Vlad III.
        O romance é organizado por meio dos testemunhos das 3 últimas pessoas vivas que desfrutaram da intimidade de Vlad: Ion Tremblac, cavaleiro valáquio, que foi refém dos turcos junto com Vlad, se tornando seu melhor amigo; Llona, amante de Vlad; e Vasilie, ex-soldado e monge que se tornou seu confessor. E é através da união dos olhares destas 3 pessoas que a história de Vlad cria vida. 
          Um livro que vale a pena ser lido, não apenas por sua trama, mas pelo conteúdo pesquisado pelo autor.

             "Vlad franziu a testa. 
                     - Por que você se surpreenderia com eles? Todos os reféns são filhos de rebeldes. É por isso que somos reféns, para que nossos pais, que governam suas terras pela graça da Turquia, continuem a reconhecer quem é o verdadeiro senhor. Dracul, meu pai, deixou a mim e a meu irmão Radu sob seus... cuidados cinco anos atrás. Não apenas para que recebêssemos a melhor educação que é possível ter, mas para que, se ele se rebelar outra vez, você possa nos matar.
             Ion estendeu a mão, pegou seu cotovelo.
                        - Pare...
             Vlad se afastou dele.
                      - Por quê, Ion? O agá Hamza conhece nossa história. Ele já viu reféns chegarem e partirem, viverem e morrerem. Ele ajuda a nos dar do melhor: comida, línguas, filosofia, as artes da guerra e da poesia. - Ele apontou para sua tábua. - Eles nos mostram sua fé, uma fé de tolerância e caridade e, no entanto, não forçam nossa conversão, pois isso é contra a palavra do Sagrado Corão. Se tudo caminhar bem, eles nos mandam de volta para nossas terras para tratar em seu nome de todos os problemas que existem lá, para pagar-lhes tributo em ouro e jovens, e agradecê-los pelo privilégio. Se as coisas não acabarem bem... - Ele sorriu. - Então espalham nossos cérebros bem-educados pelo chão. - Ele voltou a olhar para Hamza. - Falo alguma coisa que não seja verdade, efendi? Se sim, então me bata com força por mentir, por favor.
              Hamza o olhou por um longo momento, sua expressão nula. Por fim, perguntou:
                      - Quantos anos você tem?
                      - Farei 17 em março.
                      - É demasiado jovem para ter pensamentos tão cínicos.
                      - Não, agá Hamza - retrucou Vlad, suavemente -, sou apenas demasiado jovem para fazer algo sobre isso."

12 de dezembro de 2010

The Masque of The Red Death


       The Masque of The Red Death é uma adaptação cinematográfica de 1964, do conto de mesmo nome, escrito por Edgar Allan Poe. 
       Dirigido por Roger Corman, o filme conta com Vicent Price no papel de príncipe Próspero. Filmado na Inglaterra, a modesta produção é uma das mais suntuosas dos trabalhos de Corman.
        O colorido utilizado nas roupas e nos cenários reforçam o clima de fantasia e irrealidade no qual a história se desenrola.
        Vicent Price faz uma interpretação impecável, e destila toda essência maligna de Próspero. Um filme que vale a pena ser visto por sua simplicidade, por sua ótima adaptação do conto de Poe, e pelas críticas claras a humanidade.



7 de dezembro de 2010

Minúsculos


       Pense em uma série que mistura documentários da BBC ou National Geographic com elementos de Toy Story...Pensou? Por mais absurda que pareça a mistura ela dá origem a "Minúsculos"!
        Minúsculos é uma animação sem diálogos que usa da sensibilidade das situações para criar uma série leve, bem humorada, e por que não dizer, poética!
        Personagens em 3D e cenários reais, terminam por temperar e compor o ambiente. Vale muito a pena ver!