Vlad III foi um conhecido príncipe da Transilvânia durante o séc. XVI. Passou para a história por sua crueldade extrema, que lhe rendeu o título de Vlad Tepes (o Empalador) ou Drácula, cujo significado seria "filho do dragão", mas as pessoas traduziram por "filho do diabo", pois acreditavam que ele tinha um acordo com o diabo, dada sua maldade.
Bram Stoker se apropriou deste personagem histórico para dar vida ao seu, criando um clássico do terror "Drácula", a obra que criou o mito literário do vampiro de hoje.
Drácula se eternizou...como um vampiro, como um empalador, e esta imagem tem sido usada exaustivamente por várias mídias.
É extremamente raro, quem explore o lado histórico do personagem, e C. C. Humphreys ao escrever seu romance "Vlad: A Última Confissão" o faz, reconstituindo a vida de Vlad desde sua juventude (que segundo a história foi passada como refém dos turcos), explorando o ambiente em que ele vive, e como se desenvolveu suas crenças e sua personalidade, o autor tenta elucidar um pouco da mente deste controverso personagem. Contudo, o livro é neutro, ele apresenta os fatos (tais, como poderiam ter sido) e deixa em nossa mãos a tarefa de julgar Vlad III.
O romance é organizado por meio dos testemunhos das 3 últimas pessoas vivas que desfrutaram da intimidade de Vlad: Ion Tremblac, cavaleiro valáquio, que foi refém dos turcos junto com Vlad, se tornando seu melhor amigo; Llona, amante de Vlad; e Vasilie, ex-soldado e monge que se tornou seu confessor. E é através da união dos olhares destas 3 pessoas que a história de Vlad cria vida.
Um livro que vale a pena ser lido, não apenas por sua trama, mas pelo conteúdo pesquisado pelo autor.
"Vlad franziu a testa.
- Por que você se surpreenderia com eles? Todos os reféns são filhos de rebeldes. É por isso que somos reféns, para que nossos pais, que governam suas terras pela graça da Turquia, continuem a reconhecer quem é o verdadeiro senhor. Dracul, meu pai, deixou a mim e a meu irmão Radu sob seus... cuidados cinco anos atrás. Não apenas para que recebêssemos a melhor educação que é possível ter, mas para que, se ele se rebelar outra vez, você possa nos matar.
Ion estendeu a mão, pegou seu cotovelo.
- Pare...
Vlad se afastou dele.
- Por quê, Ion? O agá Hamza conhece nossa história. Ele já viu reféns chegarem e partirem, viverem e morrerem. Ele ajuda a nos dar do melhor: comida, línguas, filosofia, as artes da guerra e da poesia. - Ele apontou para sua tábua. - Eles nos mostram sua fé, uma fé de tolerância e caridade e, no entanto, não forçam nossa conversão, pois isso é contra a palavra do Sagrado Corão. Se tudo caminhar bem, eles nos mandam de volta para nossas terras para tratar em seu nome de todos os problemas que existem lá, para pagar-lhes tributo em ouro e jovens, e agradecê-los pelo privilégio. Se as coisas não acabarem bem... - Ele sorriu. - Então espalham nossos cérebros bem-educados pelo chão. - Ele voltou a olhar para Hamza. - Falo alguma coisa que não seja verdade, efendi? Se sim, então me bata com força por mentir, por favor.
Hamza o olhou por um longo momento, sua expressão nula. Por fim, perguntou:
- Quantos anos você tem?
- Farei 17 em março.
- É demasiado jovem para ter pensamentos tão cínicos.
- Não, agá Hamza - retrucou Vlad, suavemente -, sou apenas demasiado jovem para fazer algo sobre isso."
- Por que você se surpreenderia com eles? Todos os reféns são filhos de rebeldes. É por isso que somos reféns, para que nossos pais, que governam suas terras pela graça da Turquia, continuem a reconhecer quem é o verdadeiro senhor. Dracul, meu pai, deixou a mim e a meu irmão Radu sob seus... cuidados cinco anos atrás. Não apenas para que recebêssemos a melhor educação que é possível ter, mas para que, se ele se rebelar outra vez, você possa nos matar.
Ion estendeu a mão, pegou seu cotovelo.
- Pare...
Vlad se afastou dele.
- Por quê, Ion? O agá Hamza conhece nossa história. Ele já viu reféns chegarem e partirem, viverem e morrerem. Ele ajuda a nos dar do melhor: comida, línguas, filosofia, as artes da guerra e da poesia. - Ele apontou para sua tábua. - Eles nos mostram sua fé, uma fé de tolerância e caridade e, no entanto, não forçam nossa conversão, pois isso é contra a palavra do Sagrado Corão. Se tudo caminhar bem, eles nos mandam de volta para nossas terras para tratar em seu nome de todos os problemas que existem lá, para pagar-lhes tributo em ouro e jovens, e agradecê-los pelo privilégio. Se as coisas não acabarem bem... - Ele sorriu. - Então espalham nossos cérebros bem-educados pelo chão. - Ele voltou a olhar para Hamza. - Falo alguma coisa que não seja verdade, efendi? Se sim, então me bata com força por mentir, por favor.
Hamza o olhou por um longo momento, sua expressão nula. Por fim, perguntou:
- Quantos anos você tem?
- Farei 17 em março.
- É demasiado jovem para ter pensamentos tão cínicos.
- Não, agá Hamza - retrucou Vlad, suavemente -, sou apenas demasiado jovem para fazer algo sobre isso."
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