William Butler Yeats, ou mais conhecido como W.B. Yeats é um grande poeta nascido em 13 de junho de 1865, em Dublin, Irlanda. Poeta e autor teatral, ganhou o Prêmio Nobel em 1923 de Literatura.
A obra de Yeats compõe-se de poesia lírica e diversas peças de teatro, inspiradas essencialmente na mitologia celta. Algumas de suas obras mais significativas são: "Cathleen ni Houlihan (1902)", "On Baile's Strand (1904)" e "Deirdre (1907)".
W. B. Yeats foi fundador em 1889, juntamente com a escritora Isabella A. Gregorym, o Irish Literaray Theather em Dublin, transformado mais tarde no Irish National Theatre Society, grande impulsionadora do teatro nacional irlandês, encenando peças de Yeats e J.M Synge.
Em 1887, W. B. Yeats se inscreveu em uma "Sociedade Teosófica", em Londres, onde se dedicou ao estudo dos escritos de William Blake e H.P. Blavastsky, além de alquimistas, rosacruzes, cabalistas, Sociedade Hermética de Dublin, a Ordem da Aurora Dourada.
Em 1917, casou-se com Georgie Hyde-Lees, que veio a se descobrir uma médium passando a psicografar.
Foi com os rabiscos produzidos por ela que W. B. Yeats compôs "Uma Visão", um tratado esotérico cheio de gráficos e descrições dos 28 tipos possíveis de personalidade (26 humanas e 2 sobrenaturais), de cuja matemática ele tirou versos e imagens, cumprindo o que sua esposa psicografara: "Nós viemos trazer-lhe metáforas para a sua poesia".
Erguer-me-ei e partirei já, e partirei para Innisfree,
E uma pequena cabana erguerei lá, de barro e vime feita:
Nove renques de feijão aí terei, uma colmeia de obreiras e
Viverei sozinho na ensurdecedora clareira.
E aí terei uma certa paz, porque a paz vem lentamente,
Caindo dos véus da manhã, até onde o grilo canta;
Onde a meia-noite é trémula, e o meio-dia é roxo brilho,
E a noite, de asas de pardais se completa.
Erguer-me-ei e partirei já, porque sempre noite e dia
Oiço a água do lago a folhear murmúrios na rebentação;
Quando vou por estradas, ou por passeios cinza,
Oiço-a no lúmen profundo do coração.
Súbito golpe: as grandes asas a bater
Sobre a virgem que oscila, a coxa acariciada
Por negros pés, a nuca, um bico a vem reter;
O peito inane sobre o peito, ei-la apresada.
Dedos incertos de terror, como empurrar
Das coxas bambas o emplumado resplendor?
Pode o corpo, sob esse impulso de brancor,
O coração estranho não sentir pulsar?
Um tremor nos quadris engendra incontinenti
A muralha destruída, o teto, a torre a arder
E Agamêmnon, o morto.
Capturada assim,
E pelo bruto sangue do ar sujeita, enfim
Ela assumiu-lhe a ciência junto com o poder,
Antes que a abandonasse o bico indiferente?
Uma capa fiz do meu canto
Debaixo a cima
Bordada
De antigas mitologias;
Mas tomaram-na os tolos
Para exibi-la ao mundo
Como se por eles fora lavrada.
Deixa, canto, que a tomem
Pois maior feito existe
Em andar nu.
Nem temor nem esperança assistem
Ao animal agonizante;
O homem que seu fim aguarda
Tudo teme e espera;
Muitas vezes morreu,
Muitas vezes de novo se ergueu.
Um grande homem em sua altivez
Ao enfrentar assassinos
Com desdém julga
A falta de alento;
Ele conhece a morte até ao fundo —
O homem criou a morte.
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