13 de abril de 2012

De um poema de amor

ou Pássaro de Fogo
Duvida que as estrelas são fogo
Duvida que este sol se mova
Duvida da verdade para seres mentirosa
Mas não duvides (...)
Que eu possa esquecer
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Vê, as cores que partiram
Pelos nossos braços
Matizes vivas
A correr na pele suave

Pelo teu pescoço, tua nuca
Martírio do cárcere
A gritar liberdade

Azuis a queimar
Nos cabelos pretos
Um toque
Lascivo mergulho

E notas, leves
No crescendo interminável
Pela curva de teu dorso

E sente, o calor a nascer
Do silêncio sem cor
Um pássaro de fogo
A pousar em pequenino seio

Dedos que dançam
E prendem, ou tentam,
O momento em presto
Entre mãos que se beijam

Ouve então.
Se em teu pequeno corpo
E em meu cárcere
Nasceu tal rapsódia

E se o coda final
Não foi mais que decepção

Não foi senão sonho
Real distorção de sabores
A acordar da realidade
Para nela lançar como jamais



Escrito em um bloco de papel,
em 12/04/2012.

Ouvindo Opheliac, by Emilie Autumn.

Citação: trecho de Hamlet, W. Shakespeare.

Imagem: cena de Fantasia 2000,
sob adaptação da peça Pássaro de Fogo,
de Igor Stravinsky.

Um comentário:

  1. Essas simbolizações (pela "voz" da poesia) são tão saudáveis...e sorte a nossa por conseguir fazê-lo. E no caso de alguns, como você, com ternura nos versos!

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