18 de outubro de 2009

O Abraço

Levanta o alvo corpo rijo
Admira sanguínea aurora vindoura
Na torre erguida pela fome
A súplica dança com o fantasma

Toca a face, os rubros olhos
Atravessa-lhe a luz das paredes
Banha-se em vermelho veludo
Assassina Rapunzel dos condenados

Mil, cem mil, e mais olhares
Estátuas sem veias, estacas vivas
Uma sombra ri, e do pão toma
E dez pescoços torce com a navalha

Pele-de-luz, chama as virgens!
Eterna obra-prima, uma Vênus
A engolir o mundo como vinho
Quasímodo de púrpura, vestida

E saíram pela noite, e as crias
Mais noites tomaram da luz
Abraça a alma que espera
Agora no quarto feito de cinzas

Dá-me a fome, a ânsia e o desespero
Que o corpo novamente pereceu
Na noite filha das dores
Um sem-dores abraça o fantasma

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Escrito no Jardim
Ouvindo Nymphetamine, Cradle Filth

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