1 de agosto de 2010

Alice Sara Ott


"Mademoiselle Liszt - A jovem pianista Alice Sara Ott... suscitou um truque de mão após outro do instrumento, em uma exibição de tirar o fôlego, de virtuosismo temperado por um brilho de charme poético."
 Basler Zeitung, maio de 2008.

Alice Sara Ott nasceu em Munique em 1988 e recebeu suas primeiras lições no piano quando ainda tinha apenas quatro anos. Desde então, a pianista, filha de pai alemão e mãe japonesa, venceu inúmeras competições importantes e marcou presença em salas de concerto e festivais na Europa, no Japão e nos EUA; estudando com Karl-Heinz Kämmerling no Mozarteum Salzburg, ela se tornou um dos nomes mais proeminentes da música erudita moderna.

Aos sete anos, Alice alcançou o primeiro lugar, com distinção, na importante competição alemã Jugend musiziert (algo como "Música da juventude"). Esta premiação foi seguida por prêmios nas competições Steinway, Grotrian Steinweg, Bach Cöthen e outras, incluindo a 4ª Competição Internacional da EPTA (Associação Europeia de Professores de Piano). Aos quinze anos ela venceu em primeiro lugar (o Prêmio Silvio Bengalli) na Competição Pianello Val Tidone na Itália como a mais nova competidora e com a mais alta pontuação já alcançada na história da competição.

Alice conseguiu alcançar uma especialidade incomum em tocar os doze "Estudos Trancendentais" (Transcendental Etudes) de Franz Liszt (tido como um dos mais virtuosos pianistas e compositores da História) e arrancou elogios da crítica por suas apresentações ao vivo na Alemanha e na Suíça. Seu recital triunfante em Herkulessaal, Munique, em Janeiro de 2007, tocando a Sonata Waldstein de Beethoven e os Estudos de Liszt, recebeu o extraordinário elogio no Jornal Süddeutsche: "Ott empresta um charme poético irresistível e todo pessoal à sua explêndida música, transportando seus ouvintes a um deleite extático". Em maio de 2007, no Festival de Piano Ruhr, suas performances da Sonata Apassionata de Beethoven e os Estudos de Liszt alcançaram destaque similar. Dois meses depois, no Festival de Música Schleswig-Holstein, ela conseguiu tanto o prêmio da audiência como o prêmio especial do próprio festival. Em 2008, Alice fez sua estreia em Nova York, tocando um programa sobre Liszt no Centro Artístico Yamaha, e tocou os Estudos de Liszt várias vezes na Alemanha e na Áustria.

Foi natural, então, quando Alice Sara Ott escolheu os Estudos Transcendentais de Liszt como seu repertório de estreia na Deutsche Grammophon - importante gravadora alemã de música clássica. Assim, em maio de 2009, ao ingressar na Deutsche Grammophon, ela gravou os 12 Études d'exécution transcendante, e novamente fez com que a crítica especializada se prostrasse aos seus pés. Isso porque os Estudos de Liszt são tidos, principalmente na sua segunda versão, de 1838 (a versão final, com algumas revisões feitas por Liszt, foi publicada somente em 1851), como um dos mais duros desafios na literatura pianística universal. Com exceção dos Estudos opp. 35 e 39 de Alkan, nenhuma outra peça musical já passou os Estudos em dificuldade, e mesmo assim Alice, então com 19 anos somente, aceitou o desafio.

Dando sequência à sua promissora jornada na música clássica, Alice Sara Ott gravou em janeiro de 2010 as Valsas de Frédéric Chopin. Fã declarada de Chopin, e de toda a sonoridade, ambientação e sentimento que o autor romântico empresta a toda a sua obra, Alice interpreta as Valsas com um sentimento, uma leveza e uma técnica incomuns (e raras de se ver e ouvir, falando de Chopin). Diferente da maioria dos intérpretes de Chopin, que prezam a técnica acima de tudo e se esquecem do romantismo, da dramaticidade da obra, Alice mergulha em toda a profundidade infinita de Chopin e, o que é melhor, sabe fazer do ouvinte um companheiro nessa jornada. Mesmo ouvindo-a pela primeira vez tocando Chopin, é possível entender, apreciar e se comover com as melodias, harmonias, delicadezas, sutilezas e, ainda, a agressividade sempre presentes e únicas das músicas.

Desde a primeira vez que ouvi Alice me encantei. E o que é mais curioso é que cheguei até essa maravilhosa pianista de maneira inusitada, visitando o site de uma marca de piano... Sua interpretação de La Campanella, de Liszt, e de várias peças de Chopin, me deixaram sem ar (e não estou exagerando!). Sua interpretação da conhecida Rapsódia Húngara nº 2 de Liszt (que já foi usado em um episódio do Tom e Jerry e também do Pica-Pau) é simplesmente incrível. Claro, é preciso dizer que há alguns pequenos erros, mas a dramaticidade, e o improviso antes do coda final são brilhantes!

Para quem deseja apreciar todo esse virtuosismo, há vários vídeos no Youtube, dos quais listarei aqui alguns.






E, apenas por curiosidade, a virtuose também desenha!


Fontes:

Alice Sara Ott (Site oficial)
Deutsche Grammophon
Alice Sara Ott: Liszt (Site do álbum)
Alice Sara Ott: Chopin (Site do álbum)

Amazon.com: Alice Sara Ott

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