31 de outubro de 2009

Halloween


O Halloween, também conhecido como o Dia das Bruxas, começou como uma comemoração de países anglo-saxônicos, como os Estados Unidos, Canadá, Irlanda e Inglaterra.

A origem da comemoração está por volta do ano de 600 a.C. entre os povos que viviam na Gália e as Ilhas Grã-Bretanha. Inicialmente era apenas uma comemoração do Samhain (lê-se Sou-en), que significa fim do verão, na língua celta.

O Samhaim (irlandês: Samhain/ Gaélico escocês: Samhuinn/ Manês: Sauin e em Gaulês Samonios) era o festival que comemorava o Ano Novo Celta, também chamado de Halloween, Hallowmas, Véspera de Todos os Sagrados, Véspera de Todos os Santos, Festival dos Mortos e Terceiro Festival da Colheita, é o mais importante dos 8 Sabbats dos Bruxos, além do mais conhecido e comemorado por não iniciados .


A versão cristã do Samhain é o Dia de Todos os Santos (1 de novembro), que foi introduzido pelo Papa Bonifácio IV, no século VII, para substituir o festival pagão. O Dia dos Mortos (que cai a 2 de novembro) é outra adaptação cristã ao antigo Festival dos Mortos, é observado pela Igreja Católica Romana como um dia sagrado de preces pelas almas do purgatório.

No Hemisfério Norte é comemorado no dia 31 de outubro e no Hemisfério Sul no dia 1 de maio.

Os antigos acreditavam que durante esse período as almas dos mortos retornavam a seus antigos lares para visitar suas famílias, e para buscar alimento e se aquecerem no fogo. Era nesta época que os véus que separam os mundos (sobrenatural do real) se tornava mais fino, e os Portões das Sidhe está aberto, onde humanos e fadas podem estar juntos.

É a noite onte o Velho Rei morre e a Deusa Anciã lamenta sua ausência nas próximas semanas. O Sol se encontra o mais baixo no horizonte, sendo o momento para se refletir e quando nos lembramos daqueles que partiram para o País de Verão.

Uma das tradições mais comuns praticadas pelos povos antigos era a de colocar várias maçãs em um grande barril de água. Várias mulheres se reuniam em volta do barril, e a primeira que conseguisse pegar uma das maçãs seria a primeira a casar no próximo ano.

Na Escócia, colocavam-se pedras entre as cinzas da lareira, deixando-as "descansar" durante a noite. Se alguma pedra fosse descoberta durante a noite, representaria a morte iminente durante o próximo ano de um dos moradores da residência.


Sem sombra de dúvida a prática mais famosa do Samhain é o Jack O'Lantern (máscaras de abóboras), que sobrevive até hoje nas modernas celebrações do Halloween. Vários historiadores atribuem suas origens aos escoceses, enquanto outros lhe conferem origem irlandesa. As máscaras eram utilizadas por pessoas que precisavam sair durante a noite de Samhain. As sombras provocadas pela face esculpida na abóbora tinham a virtude de afastar os maus espíritos e todos os seres do outro mundo que vinham para perturbar. Máscaras de abóboras também eram colocadas nos batentes das janelas e em frente à porta de entrada para proteger toda a casa.
Em várias regiões da Inglaterra acredita-se que os fantasmas de todas as pessoas destinadas a morrer naquele ano podem ser vistos andando entre as sepulturas à meia-noite de Samhain. Pensava-se que alguns fantasmas tinham natureza má e, para proteção, faziam-se lanternas de abóboras com faces horrendas e iluminadas, que eram carregadas como lanternas para afastar os espíritos malévolos. Na Escócia, as tradicionais lanternas Hallows eram esculpidas em nabos.



O costume norte-americano de vestir-se com trajes típicos e sair pelas casas dizendo Trick or treating, nas noites de Halloween, é de origem céltica. Nos tempos antigos, o costume não era relegado às crianças, mas sim aos adultos. Em tempos ancestrais, os vagantes iam cantando cânticos da época de casa em casa e eram presenteados com agrados pelo seus habitantes. O Treat (presente) também era requerido pelos espíritos ancestrais nessa noite através de oferendas.

Um antigo costume de Samhain na Bélgica era o preparo de "Bolos para os Mortos" especiais (bolos ou bolinhos brancos e pequenos). Comia-se um bolo para cada espírito de acordo com a crença de que quanto mais bolos alguém comesse, mais os mortos o abençoariam.

Outro antigo costume de Samhain era acender um fogo no forno de casa, que deveria queimar continuamente até o primeiro dia da Primavera seguinte. Eram também acesas, ao pôr-do-sol, grandes fogueiras no cume dos morros em honra aos antigos deuses e deusas, e para guiar as almas dos mortos aos seus parentes.

Era no Samhain que os druidas marcavam o seu gado e acasalavam as ovelhas para a Primavera seguinte. O excesso da criação era sacrificado às deidades da fertilidade, e queimavam-se efígies de vime de pessoas e cavalos, como oferendas sacrificiais. Diz-se que acender uma vela de cor laranja à meia-noite no Samhain e deixá-la queimar até o nascer do sol traz boa sorte; entretanto, de acordo com uma lenda antiga, a má sorte cairá sobre todo aquele que fizer pão nesse dia ou viajar após o pôr-do-sol.


Os alimentos pagãos tradicionais do Sabbat Samhain são maçãs, tortas de abóbora, avelãs, Bolos para os Mortos, milho, sonhos e bolos de amoras silvestres, cerveja, sidra e chás de ervas.

Incensos: maçã, heliotropo, menta, noz-moscada e sálvia.
Cores das velas: preta, laranja.
Pedras preciosas sagradas: todas as pedras negras, especialmente azeviche, obsidiana e ônix.
Ervas ritualísticas tradicionais: bolotas, giesta, maçãs beladona, dictamo, fetos, linho, fumária, urze, verbasco, folhas do carvalho, abóboras, sálvia e palha.



Mas e no Brasil?


No Brasil o dia 31 de outubro não é Halloween, na verdade desde de 2003 segundo a Lei Federal nº 2.762 (ainda não aprovada) é o DIA DO SACI!!!
Meio Xoxo?! Se você não conhece...Talvez?! Vamos falar um pouco sobre ele:



Não existe uma origem certa para o mito do Saci, e mesmo a figura do negrinho do gorro vermelho e pito na boca pode variar.
Os primeiros relatos deste ser datam do séc. XIX na Região Sudeste, em Minas e São Paulo. E em Portugal existem relatos de uma entidade semelhante.

Na Região Norte do Brasil, a mitologia africana o transformou em um negrinho que perdeu uma perna lutando capoeira, imagem que prevalece nos dias de hoje. Herdou também a cultura africana do pito, uma espécie de cachimbo, e da mitologia européia, herdou o píleo, um gorrinho vermelho usado pelo lendário trasgo.



Entre os Tupinambás existe uma ave de nome Matintaperera, que com o tempo passou a se chamar Saci-pererê, e a figura de ave foi substuída por um caboclinho de uma perna só.
Também de acordo com a região, ele sofre algumas modificações: por exemplo, dizem que ele tem as mãos furadas no centro e que sua maior diversão é jogar uma brasa para o alto para que esta atravesse os furos. Outros dizem que ele faz isso com uma moeda. Há uma versão que diz que o Caipora é seu Pai. Dizem também que eles – um bando de Sacis – costumam se reunir à noite para planejarem as travessuras que vão fazer. O Saci tem o poder de se transformar no que quiser. Assim, ora aparece acompanhado de uma horrível megera, ora sozinho, ora como uma ave.

Pretinho arteiro, traquinando e assobiando pelas estradas em horas-mortas, amola os animais, com suas travessuras, trançando-lhes as crinas. Com efeito, o viajante que, no sertão, ao cair da tarde, cochilando o seu cansaço, as pernas caídas sobre o estribo da sela, busca o pouso para descansar os membros doloridos da jornada, ao encilhar a montaria, na manhã seguinte, para seguir viagem, encontrará muitas vezes, a crina do animal emaranhada.

Diz o mito que ele se desloca dentro de redemoinhos de vento, e para captura-lo é necessário jogar uma peneira sobre ele. Após o feito, deve-se tirar o gorro e prender o saci dentro de uma garrafa. Somente desta forma ele irá obedecer seu “proprietário”.


De todos é provavelmente o que conseguiu se manter mais nitidamente como uma entidade benevolente, quando muito um tanto brincalhona, mas inofensiva.
Monteiro Lobato foi responsável pela popularização desse duende travesso. Em suas histórias, Lobato conta que os sacis nascem em “sacizeiros”, taquaruçus que ficam na parte mais espessa das florestas. Ficam sete anos dentro dos gomos antes de poderem sair, e depois vivem no mundo por 77 anos. Depois, viram cogumelos venenosos ou orelhas-de-pau. Nos taquaruçus eles se escondem durante o dia, já que o sol é seu maior inimigo. Segundo as próprias palavras do saci para Pedrinho, no livro de Lobato, eles não precisam aprender nada, pois já nascem sabendo tudo o que precisam.

Mas, de acordo com o mito, o saci não é voltado apenas para brincadeiras. Ele é um importante conhecedor das ervas da floresta, da fabricação de chás e medicamentos feitos com plantas. Ele controla e guarda os segredos e todos estes conhecimentos. Aqueles que penetram nas florestas em busca destas ervas, devem, de acordo com a mitologia, pedir sua autorização. Caso contrário, se transformará em mais uma vítima de suas travessuras.

Rapidinhas com o Saci:

1. Ele tem as mãos furadas no centro, e que sua maior diversão é jogar uma brasa para o alto para que esta atravesse os furos.


2. O saci nasce e vive nos bambuzais mas não se pode olhar no oco do bambu para vê-lo pois ele pode soprar a brasa do seu pito no olho e cegar o curioso.


3. Existem três espécies de saci: trique, saçurá e o pererê. O saci-trique emite um ruído característico ("Trique"), o saçura é um negrinho de olhos vermelhos e o saci-pererê é o mais comum e corresponde às descrições por nós conhecidas.


4. Segundo as superstições, quando se perde algum objeto, pega-se uma palha e dá-se três nós, pois se está amarrando o pênis do saci. Enquanto ele não achar o objeto desfaz os nós. Ele logo faz a gente encontrar o que perdeu porque fica com vontade de mijar.


5. Apenas mais tarde que o tornaram negro, o saci era uma ave na tradição indigena.


6. O Saci entra por alta noite nas alcovas, e pelo buraco da fechadura da porta. Tem na cabeça um barrete encarnado, escarrancha-se à vontade em cima das pessoas e a ele são atribuídos os grandes pesadelos. Só quando a pessoa acorda, é que ele vai embora. O pesadelo é o Diabo que vem com uma carapuça e com uma mão muito pesada. Quando a gente dorme com a barriga para o ar, o pesadelo põe a mão no peito de dorme e não deixa gritar. Se alguém lhe pudesse agarrar na carapaça, ele fugia para o telhado, e era obrigado a dar quanto dinheiro lhe pedissem, enquanto não lhe restituíssem a carapuça.


7. A carapuça do saci é o chamado "Pileus Romano". O pileus era uma carapuça de forma oblonga, de cor vermelha. Era o legítimo e mais tradicional símbolo popular de liberdade. É a origem do barrete frígio, tornado posteriormente a imagem da liberdade individual e coletiva, materialização do governo republicano. O Pileus posto na cabeça de um escravo era a libertação. Para o saci, o pileus significaria que ele é livre para importunar a paciência alheia ligado a idéia de encantamento, da força misteriosa dos talismãs. Converge ainda a cor vermelha, sugestionadora e com séculos de significação sagrada.



Sites Interessantes:

Muchileiro Digital

Ong do Saci

Casa do Bruxo

Círculo Sagrado

Magia Bruxa

Beirut



Beirut é o nome da banda de Zach Condon, nativo de Santa Fe, Novo México. O primeiro lançamento oficial com o nome de Beirut contou com a colaboração de Jeremy Barnes (Neutral Milk Hotel, A Hawk and a Hacksaw) e Heather Trost (A Hawk and a Hacksaw); ele combina elementos do Leste Europeu e do folk. Zach Condon tem o trompete e o ukelele como seus principais instrumentos, tendo sido impedido de tocar guitarra por conta de um machucado no pulso.

Quando mais novo, Zach Condon já havia lançado alguns álbuns. Ele gravou com o nome The Real People quando tinha 15 anos um albúm de lo-fi chamado The Joys of Losing Wight. Estudou na escola Santa Fe High School até os 16 anos de idade, quando foi viajar pela Europa, continente no qual teve contato com a música balcânica, incluindo Boban Marković Orchestra e Goran Bregović.

Em 2006, o Beirut lançou dois álbuns inspirados pelos Balcãs pela Ba Da Bing, Gulag Orkestar e Lon Gisland. Também lançaram outras músicas separadas, três disponíveis no Pompeii EP, outra num split-CD junto a Calexico, e outra numa coletânea para a revista The Believer. Enquanto morava no Brooklyn, Zach Condon gravou também um video de "Scenic World" na fábrica da Sweet'N Low, e tocou em vários lugares em Nova Iorque e Europa.

O segundo álbum, The Flying Club Cup, vazou na internet em 25 de Agosto de 2007 e lançado em 9 de outubro de 2007.

A música Elephant Gun foi tema dos protagonistas da microssérie Capitu, exibida pela Rede Globo no ano de 2008. A banda muito boa, que mistura vários elementos sem preconceito e sem erro!!


Albúns

Gulag Orkestar 


The Flying Club Cup

EPs

Lon Gisland 


Pompeii

Elephant Gun EP


March Of The Zapotec/Holland EP

Vídeos

Elephant Gun


Nantes


Site Oficial

Site do Albúm "The Flying Club Cup"

Manacá


O manacá é uma pequena árvore, de 8 a 15m de altura, comum nas áreas alteradas pelos homens, crescendo bem em capoeiras e capoeirões sendo incomuns nas matas mais desenvolvidas. Pertence ao mesmo gênero da quaresmeira (Tibouchina granulosa) e da orelha-de-onça (Tibouchina holosericea), mais conhecidas que o próprio manacá.Floresce entre novembro e fevereiro, por isso, também é chamada de "natalzeiro" aqui em nossa região. Sua bela florada com flores que variam do branco ao lilás colorem a paisagem regional do final do ano...

Não é desse manacá que eu estou falando, não Manacá é muito mais, tem um som gostoso que te enleva, tem um balanço bom que te faz querer mais e tem Letícia...




Rock com literatura de cordel, sebastianismo, festa de congada e Ariano Suassuna. Castanholas com baixo e guitarra. Pés descalços com performances de fogo. Tudo isso e muito mais é a banda Manacá, um verdadeiro furacão. O grupo conta com a bela Letícia Persiles nos vocais harmoniosos e hipnóticos, Luiz Cesar Pintoni (guitarra), Daniel Wally (baixo) e Bruno Baiano (bateria).


Depois de tocar (e se destacar) em festivais como Bdebanda, Rock pela Vida e Grito Rock, além de ter se apresentado nas principais casas de shows da cidade, o Manacá foi selecionado para participar da nona edição do Mada, em Natal. Mais um sucesso que rendeu a contratação da banda pela Na Moral Produções (de artistas como Marcelo D2, Pitty, Luxúria e Marjorie Estiano).

Links 1 / 2



Vídeos

Desejado


Lamento


29 de outubro de 2009

Trans-Siberian Orchestra


Trans-Siberian Orchestra (TSO para os chegados...rsrs) é uma orquestra de power metal formada por integrantes do Savatage (extinta banda de heavy metal), começou em 1996 com um projeto de músicas natalinas, mas que deu tão certo que inspirou o segundo albúm sobre Beethoven. O Albúm Beethoven's Last Night conta a história da última noite do compositor em que ele seria tentado por Mephistopheles, após terminar a Décima Sinfônia.

Simplesmente perfeito! Não dá pra não se apaixonar nesta ópera rock, com suas guitarras, seus cellos... Não se pode por em palavras apenas se ouvir e apreciar.

Albúns:

Night Castle

Beethoven Last Night

The Christmas Attic

The Lost Christmas Eve

Christmas Eve and Other Stories




Vídeos



sites:

Site Oficial TSO

Site Night Castle

Edgar Allan Poe



Escritor, poeta, romancista e crítico literário nascido em 19 de janeiro de 1809, no nº 33 da rua Hollis, em Boston. Filho de uma família escocesa-irlandesa, seu pai o David Poe Jr. era ator e abandonou a família em 1810.
Sua mãe Elizabeth Arnold Hopkins Poe, atriz, morreu logo depois em 1811 de tuberculose, ao que Poe foi acolhido por Francis Allan e John Allan, um mercador de tabaco bem sucedido de Richmond, que nunca o adotou de maneira legal, mas lhe deu o sobrenome.

Frequentou a escola de Misses Duborg, em Londres, e a Manor School, em Stoke Newington. Regressando em 1820 ao seio da família Allan em Richmond, registrando-se na Universidade da Virgínia, em 1826, que frequentaria durante apenas um ano, expulso por seu estilo aventureiro e boêmio.

Desentendeu-se com o padrasto por dívidas de jogo, Poe entrou para as forças armadas com o nome de Edgar A. Perry, me 1827. Publicou nesse ano seu primeiro livro "Tamerlane and Other Poems".
Dispensado do serviço militar após dois anos, em 1829 com a morte de sua madrasta publicou seu segundo livro "Al Aaraf", reconciliando-se com seu padrasto que o auxiliou a entrar na Academia MIlitar de West Point. No entanto, foi expulso da mesma em 1831, sendo então repudiado por seu padrasto até a morte deste em 1834.


Trabalhou em Baltimore, para onde mudará morando com a tia viúva, no jornal Sothern Literary Messenger no final de 1835 como editor. Casando-se em segredo com sua prima Virgínia, de 13 anos, em 1836.

Mudou-se para Nova Iorque em 1837, onde aparentemente nada produziu, antes de se mudar para Filadélfia e publicar pouco depois The Narrative of Arthur Gordon Pym.
Em 1839 tornou-se editor assistente da Burton's Gentleman's Magazine, onde publicava grande número de artigos, história e críticas. Nesse mesmo ano, foi publicada, em 2 volumes, a sua coleção Tales of the Grotesque and Arabesque (traduzido para o francês por Baudelaire como "Histoires Extraordinaires" e no português "Histórias Extraordinárias"), que apesar do pouco sucesso, foi apontada como um marco na literatura norte-americana.

Durante este período sua esposa Virgínia Clemm morreu de tuberculose, após sofrer com invalidez durante um tempo. Tal sofrimento levou Poe ao consumo excessivo de álcool, deixando o antigo emprego. Regressou a Nova Iorque, onde no Evening Mirror, onde publicou em 1845 seu celébre poema "The Raven" ("O corvo"), antes de se tornar editor no Brodway Journal.



Com a falência do Brodway Journal em 1846, Poe mudou-se para o Bronx, local onde sua mulher veio a morrer no ano seguinte.
Emocionalmente abalado, Poe veio a cortejar a poeta Sarah Helen Whitman, mas o noivado não durou, causado pelo consumo de álcool de Poe e a intromissão da mãe da poeta. Nessa epóca Poe tentou suicídio por alta dosagem de láudano.
Acabou por regressar a Richmond, onde retomou a relação com sua paixão de infância, a então viúva Sarah Elmira Royster.

Poe veio a falecer no dia 7 de outubro de 1849, acredita-se que por consumo excessivo de álcool (sua morte nunca foi explicada de forma precisa), ele foi encontrado no dia 3 de outubro de 1849 em delirium tremens, trajando roupas que não lhe pertenciam, não sabendo explicar o que lhe tinha ocorrido.
Suas últimas palavras teriam sido: "It's all over now: write Eddie is no more." ("Está tudo acabado: escrevam Eddy já não existe").

Poe difere de outros autores por usar um terror psicológico, seus personagens flertam com a loucura e a lucidez, clima evidenciado pela narrativa na primeira pessoa.


Obras:

A Dream (1827)
A Dream Within a Dream (1827)
Dreams (1827)
Tamerlane (1827)
Al Aaraaf (1829)
Alone (1830)
To Helen (1831)
Israfel (1831)
The City in the Sea (1831)
To One in Paradise (1834)
The Conqueror Worm (1837)
The Narrative of Arthur Gordon Pym (1838)
Silence (1840)
A Descent Into the Maelstrom (1841)
Tell Tale Heart (1843)
Lenore (1843)
The Black Cat (1843)
Dreamland (1844)
The Purloined Letter (1844)
The Divine Right of Kings (1845)
The Raven (1845)
Ulalume (1847)
Eureka (1848)
Annabel Lee (1849)
The Bells (1849)
Eldorado (1849)
Eulalie (1850)
The pit and the pendulum (1842)
William Wilson (1839)


Links para algumas obras:











Sites sobre o autor

Poe Brasil(site brasileiro)

Edgar A. Poe (site em inglês)

24 de outubro de 2009

Caim - José Saramago


José Saramago, escritor português, prêmio Nobel de Literatura em 1998, está criando pôlemica novamente em seu novo livro, Caim (lançado no dia 18 de outubro). Falando sobre o tema religião, o autor foi criticado pela Igreja Católica por conta de declarações feitas durante o lançamento. Segundo Saramago, sem a Bíblia "os seres humanos seriam provavelmente melhores".

O autor fez várias critícas, durante homenagem a ele na cidade portuguesa de Penafiel, onde apresentou seu livro.
"Na Bíblia há incesto, é inegável. Não existiria este livro se o episódio de Caim e Abel não estivesse na Bíblia, onde se mostra a crueldade de Deus. Não se deve ter confiança no Deus da Bíblia", declarou.

O prêmio Nobel, ácido em suas manifestações, disse que "não esperava reações dos católicos porque eles não leem nem a Bíblia", e se perguntou: "Quem vai ler um livro desse tamanho?".

Sobre a temática do livro, Saramago reconheceu que o a figura de Caim o acompanhava "há muito tempo" e acrescentou que a "questão" deste personagem bíblico sempre pareceu "um pouco estranha" para ele.







"Por que Deus aceita o sacrifício de Abel e rejeita o de Caim quando ambos apresentam suas oferendas? Aí se criou a inveja, Caim se sentiu humilhado", segundo Saramago.

O escritor reconheceu que o assunto o interessava, já que, apesar de ser ateu, não pôde escapar dos valores cristãos. Ele disse ainda que "não há um ateu absoluto, só poderia ser (ateu) aquele que vivesse em uma sociedade na qual Deus não tivesse penetrado".


Em Lisboa, um representante da Igreja Católica declarou que tal comentário não é digno de um Prêmio Nobel, e por isso Saramago não deveria ofender o cristianismo. O escritor ainda qualificou Deus como "cruel, invejoso e insuportável".

Sobre as críticas, Saramago disse não se importar. "Admito que o livro pode irritar os judeus, mas pouco me importa". Saramago obteve resposta de Elieze du Martino, de Lisboa, dizendo que o escritor "faz leituras superficiais da Bíblia".

Em "Caim", José Saramago usa a ironia para recontar a história de Caim, filho de Adão e Eva.



Site do Escritor 

18 de outubro de 2009

O Abraço

Levanta o alvo corpo rijo
Admira sanguínea aurora vindoura
Na torre erguida pela fome
A súplica dança com o fantasma

Toca a face, os rubros olhos
Atravessa-lhe a luz das paredes
Banha-se em vermelho veludo
Assassina Rapunzel dos condenados

Mil, cem mil, e mais olhares
Estátuas sem veias, estacas vivas
Uma sombra ri, e do pão toma
E dez pescoços torce com a navalha

Pele-de-luz, chama as virgens!
Eterna obra-prima, uma Vênus
A engolir o mundo como vinho
Quasímodo de púrpura, vestida

E saíram pela noite, e as crias
Mais noites tomaram da luz
Abraça a alma que espera
Agora no quarto feito de cinzas

Dá-me a fome, a ânsia e o desespero
Que o corpo novamente pereceu
Na noite filha das dores
Um sem-dores abraça o fantasma

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Escrito no Jardim
Ouvindo Nymphetamine, Cradle Filth

17 de outubro de 2009

Eu, Robô


      No domingo último, dia 11/10/2009, a Globo exibiu o filme Eu, Robô, na sessão Domingo Maior (o que particularmente acho um absurdo, um filme tão bom merecia um horário melhor, mesmo que já tenha sido exibido várias vezes). O filme, baseado em uma série de nove histórias curtas de Isaac Asimov (publicadas primeiramente em 1950), esbanja cenas de ação intensa, efeitos especiais magníficos e todo um conceito visual que permanecerá moderno provavelmente por muitos anos. Apesar de ser interessante por exemplo o fato de que o filme não segue nenhuma das histórias curtas de Asimov, o foco aqui não é exatamente esse. Aqui, resta uma pergunta: o que, no mundo de Eu, Robô, é realmente possível de ser visto, mesmo que daqui a milênios de evolução tecnológica, no mundo real?

      Pode parecer estranho, mas quase nada ali é realmente impossível. A ciência atual não consegue imitar o caminhar humano (quanto menos uma corrida ou uma luta vertiginosa como as do filme), porém dá passos nessa direção já há um bom tempo. O cérebro positrônico (uma das heranças de Asimov) não existe nem é previsto pela ciência (visto ser pura ficção científica dos anos 50, quando o pósitron havia sido descoberto), mas sistemas parecidos estão em constante evolução. Próteses como a do personagem de Will Smith detetive Spooner também estão sendo desenvolvidas (merecendo crédito aqui o brasileiro Miguel Nicolelis por seu trabalho na neurologia). Carros que andam sobre esferas, e não rodas, e outras características são mais possíveis ainda, bastando apenas a evolução necessária da tecnologia. A real dificuldade em Eu, Robô consiste mesmo na lógica.
      O filme é fundamentado nas Três Leis da Robótica – criadas por Asimov na história de 1942 “Runaround” - que regem todo e qualquer robô ou sistema de I.A. (no filme!). Para quem não se lembra, ou não assistiu:

“1ª lei: Um robô não pode ferir um ser humano ou, por omissão, permitir que um ser humano sofra algum mal.
2ª lei: Um robô deve obedecer as ordens que lhe sejam dadas por seres humanos, exceto nos casos em que tais ordens contrariem a Primeira Lei.
3ª lei: Um robô deve proteger sua própria existência desde que tal proteção não entre em conflito com a Primeira e Segunda Leis.”

      Para um humano as regras são simples de serem seguidas, certo? Bem, até certo ponto. O filme mostra isso. O personagem de Will Smith, o detetive Spooner, tem repulsa a robôs porque em um acidente um robô preferiu salvá-lo a salvar uma criança, que estatísticamente tinha menos chances de sobreviver. O que acontece ali é que o tal robô não percebeu o contexto, e é aí que se torna praticamente impossível aplicar as três leis em máquinas.
      Uma máquina não enxerga contextos. Para que ela possa enxergá-los, deve ser escrito um conjunto de instruções para cada caso possível, cada combinação possível, o que na Teoria da Computação é chamado de “explosão combinatória”. Para exemplificar, se você perguntasse a um computador “Onde está o nariz de Maria quando Maria está na casa dela?”, por incrível que pareça, ele não seria capaz de responder. Isto porque um computador não sabe que o nariz costuma ficar no rosto do dono. E se ele fosse programado para responder que o nariz “está na casa”, responderia também assim à pergunta “Onde está a mochila de Maria quando Maria está na casa dela?”. Nesse caso, a resposta certa seria “não sei”.
      O contexto depende, ainda, de aprendizado. Só sabemos que narizes ficam no rosto de seus donos porque temos contato com nosso próprio nariz e o de outros, ou seja, aprendemos o contexto em que um nariz existe. Máquinas atuais são capazes de aprender a responder a estímulos, aprender a solucionar problemas sem que estes estejam descritos em sua configuração inicial. Porém, para um robô (atual) com mãos e olhos, um nariz não é um nariz. É apenas uma descrição matemática de algo com que ele deve interagir. Assim, o contexto ainda não pode ser aprendido por robôs baseados apenas na lógica comum.

      Mas, supondo que o contexto possa ser aprendido por robôs, as Três Leis ainda incorrem em um “crime” lógico: são ambíguas. Em lógica computacional (e aqui não estamos falando apenas de computadores, mas sim de qualquer máquina capaz de entender instruções), nada pode ser ambíguo. Tomando por exemplo a segunda parte da 1ª Lei, que diz que um robô não pode, “por omissão, permitir que um ser humano sofra algum mal”. Inicialmente, a lógica desta Lei se aplicaria apenas aos seres humanos próximos. Porém, com o tempo, um sistema elaborado de I.A. (como a V.I.K.I. do filme) estenderia a aplicação desta Lei para qualquer ser humano existente. E aí a resposta lógica resultante seria quase ilimitada: o sistema deveria proteger todos os seres humanos contra tudo – resultando justamente na resposta que a V.I.K.I. encontrou para este problema. Porém, um sistema desse tipo não poderia – como a V.I.K.I. fez – encontrar uma resposta que agrida a algum ser humano.
       Cabe aqui uma nota. Asimov adicionou, depois da publicação original de seus contos, uma nova lei às três leis já existentes, que acaba sendo uma variação da 1ª lei, e é chamada de Lei nº 0:

“Um robô não pode causar mal a humanidade ou, por omissão, permitir que a humanidade sofra algum mal, nem permitir que ela própria o faça.”

       Para cumprir com a última parte da lei nº 0 um sistema de I.A. deveria proteger a humanidade dela mesma..... sem causar mal a qualquer humano (indivíduo) pois isso entraria em conflito com as outras Leis – diferente do que a V.I.K.I. do filme faz, deduzindo que alguns deveriam morrer para que a maioria sobreviva. Ignorar as outras leis dessa forma denotaria um conceito de que “o fim justifica os meios”, conceito esse apenas possível se surgir de uma consciência. Aliás, será que o filme fala da consciência?

      Fala. O Dr. Alfred Lanning (James Cromwell) fala de “trechos randômicos de código”, que sinalizariam uma evolução em direção à consciência. Esses trechos randômicos de instruções seriam resultado de uma I.A. altamente desenvolvida, e gerariam ações independentes das Três Leis ou de qualquer sistema restritivo. Ainda no filme, o robô Sonny possui um segundo cérebro positrônico (uma analogia ao coração emocional), que permite que ele aja por conta própria, optando justamente por seguir ou não as três leis. Esse segundo cérebro implementa uma “consciência”, ou mais precisamente uma imitação dela. E é esse o fator realmente impossível do filme.
      Primeiramente, dois cérebros, ou dois sistemas de I.A., não poderiam conflitar um com o outro como no filme, ou se o fizessem, deveria haver uma prioridade sobre quem “dá a última palavra.” Além do mais, a simulação de uma consciência ainda encontra outros problemas...
      A consciência não é prevista pela Computação, pela lógica ou pela Matemática. Ela não segue padrões, é única e extremamente mutável. Dois gêmeos criados no mesmo lar, com o mesmo tratamento, tomarão ações diferentes sob a mesma circunstância. E o principal: por mais que o robô “pense” o mundo ao seu redor, ele não faz algo que só os humanos fazem: pensar o seu mundo interior. Enquanto um humano pode ter um universo dentro de si mesmo (ou às vezes mais de um!), um robô nem ao menos sabe que existe.
      A primeira pessoa que realmente se preocupou com as implicações da Inteligência Artificial, porém, não foi Asimov. Alan Turing (1912-1954), no artigo de 1950 “Máquinas computacionais e inteligência”, tratou não da pergunta “As máquinas podem pensar?” mas sim “Pode uma máquina – um computador – passar no jogo da imitação?” Ou seja, pode agir e dialogar tão naturalmente a ponto de fazer com que uma pessoa pense que seu interlocutor é humano? Até hoje, nenhuma máquina conseguiu tal feito. E, mesmo que conseguisse, como avaliar se a máquina sabe o que está fazendo?
      Suponha que você não saiba chinês (o que provavelmente é verdade). Então, você é trancado em uma sala, cheia de cestos com símbolos chineses (as perguntas de um entrevistador). Você não entende os símbolos, mas recebeu um livro com instruções (um software) para manipula-los, sem dizer no entanto seus significados. Quando caracteres chineses são enviados para a sala (pergunta) você deve enviar símbolos de volta para fora da sala (resposta). Você ainda recebe regras adicionais para poder passar em todas as entradas de dados (perguntas) possíveis. No entanto, você nem ao menos sabe que está respondendo a perguntas!
      É exatamente isso que acontece com as máquinas. A nós, elas parecem inteligentes, mas na verdade só respondem a comandos sem saber o real sentido do que fazem. Como avaliar quando uma máquina passa deste estado totalmente irracional para um estado de consciência? Ela deveria aprender contextos, deveria manipular a lógica aceitando ambiguidades, deveria criar conceitos sobre cada elemento do mundo exterior e interior, mas como saber se esse conceito, ao invés de puramente matemático, envolve também uma avaliação própria – um sentimento?

      Enfim, se os robôs poderão conversar conosco um dia? Se poderão conversar sobre opiniões, sentimentos, sonhos??? Ah, meu santo Turing*! Talvez. Mas eles jamais saberão sobre o que estão conversando, e o principal, não saberão que ESTÃO conversando...

* Turing também criou uma máquina teórica (também chamada Máquina de Estados, baseada em autômatos finitos) que foi e é a base de todas as máquinas computacionais atuais. Um pequeno detalhe: na época não existiam chips de silício, e computadores eram máquinas extremamente distantes do cotidiano.

Fonte:
          I, Robot - Wikipedia (sobre filme e contos de Asimov, em inglês)
          Revista Scientific American, nº 19, Edição Especial “Mente e Cérebro”, págs. 76 – 79 (artigo “Pensamento Eletrônico”)

Vampiros, uma história além da ficção!

Pensemos um pouco da mitologia "real" do mundo vampiro, ele é muito mais do que vemos nos filmes e livros que tanto abundam na mídia atualmente, ele é um ser histórico, e mais do nunca imortal.

 



Muitos dos que dormem no pó da terra acordarão, uns para a vida eterna, outros para a ignomínia, para a reprovação eterna.

  

Em grande parte das lendas e crenças o vampiro é uma criatura da noite, que vive uma não-vida através da absorção da vitalidade dos vivos. 

Ele é um grande paradoxo, pois caminha entre dois mundos, o da vida e o da morte. Se um dia ele foi homem agora ele se assemelha a um deus, ou melhor, antideus. Sua antivida é pautada pela violência e sede de sangue, pela luxúria, paixão e terror. Em um glorioso limbo ele vive sua constante maldição. 

As lendas deste ser são cosmopolitas, quase todas as culturas possuem uma criatura de características vampirícas. 

 

Origem da Palavra

 

Não se sabe qual a verdadeira origem da palavra vampiro, dentre muitas explicações uma é que o termo "vampir" (muito usado na Rússia e terras eslavas) tenha derivado de "wempti", beber. 

Também é possível que o termo tenha se derivado da linguagem Magyar (Húngara).

A palavra inglesa vampire (ou vampyre) foi relata pela primeira vez em 1700. Sua origem também é desconhecida, mas é provável que a raiz venha do turco "uber" que significa "bruxa". 

Essa palavra passou por uma transformação em tons eslavos, e soou como "upior" ou "upyr", esultando em "vampyre", "vampir" e "vampire".

Também há o termo germânico "Blutsaeuger", "sanguessuga".

Outro termo conhecido é "Nosferatu", que provavelmente tenha surgido no Leste Europeu se popularizando por meio da literatura e do cinema. Segundo teorias modernas, o termo na verdade não existe como palavra eslava, mas como um erro ou alteração da palavra romana "nesuferit", que vem do latim, que significa "não sofrer" ou mesmo "intolerável". Em 1885, Emily  Laszowska Gerard em seu conto chamado "Superstições da Transylvania" usou "nosferatu" ao invés de "nesuferit". Podendo o termo "nosferatu" ser uma variante de "nesuferit".

O termo também pode ter relações com a palavra romena "necuratul", que significa "o impuro".



Vampirismo

 

É incrível observar os fatores que causam o vampirismo, ainda mais quando o comparamos com as várias culturas do mundo e observamos a semelhança.

Existe uma gama de motivos que podem levar ao vampirismo, além das vítimas do vampiro, o primeiro que pode ser citado é o praticante de magia, em algumas culturas apenas o praticante de magia negra, pois este tipo de arte, além de requerer força de vontade, possui em seu âmago o gosto da morte. 

Corpos animados por demônios e outras entidades são compelidos ao vampirismo. O sangue é um veículo muito poderoso, em biologia é ele que carreia para todo o corpo os nutrientes de que cada ínfima parte necessita, é natural que tal tecido contendo tanta energia seja o que mantém tais criaturas vivas.

Outro fator de vampirismo é problemas de sepultamento, ou questões que o morto não resolveu em vida, ou uma morte não natural, e até mesmo a presença de um espelho junto ao morto (acredita-se que o espelho criaria um duplo).

Animais que tenham pulado a sepultura, arranhado o morto, enfim que entrem em contato com o morto pode trazê-lo a vida. As explicações para tal crença são inúmeras, segundo os chineses a alma elementar do animal era transmitida ao P’o do morto, ou seja, a natureza predatória do animal (freqüentemente um gato) passava ao morto.

Pessoas excomungadas ou que cometeram grandes pecados eram outros fortes candidatos a se tornarem vampiros após a morte. Em algumas culturas, principalmente as eslovenas um homem que tenha sido lobisomem em vida, quando morto irá se tornar um vampiro. 

Segundo Jean Paul Bourre o vampirismo: “... se trata de uma via tenebrosa, de um culto à noite cuja divindade central seria o não morto, visto que o vampiro cultiva sua personalidade demoníaca. Ele ama o seu próprio corpo e tenta, por todos os meios mágicos, evitar sua desintegração.”

Para Bourre o vampirismo é uma doença da alma, sua magia negra permite que ele (o vampiro) possua uma eternidade ilusória.




Filhos da Noite

 

Em muitas crenças os vampiros podem gerar filhos, que mais tarde tornam-se caçadores são conhecidos como Dhampir, vampirovic, lampirovic. 

Tal crença de crianças geradas pela relação vampiro/humanos é conhecida entre ciganos, sérvios, croatas e muitas outras culturas. 

A criança nascida é dotada de poderes para eliminar e detectar vampiros, se tornando assim um caçador. Contudo, essa criança também poderá vir a ser vampiro.




Histórias e mais histórias


Ao longo de várias culturas observa-se a presença do vampiro, ele aparece de variadas formas, com variadas origens. Abaixo alguns destes nomes:

 Adze: vampiro da mitologia das tribos dos Eswe, África. O adze voa na forma de um vagalume, e quando capturado muda para a forma humana. Se alimenta de sangue, óleo de palmeira, água de coco e persegue crianças, preferindo as bonitas. 


Algul: vampiro da mitologia árabe, cujo nome significa "sanguessuga de cavalo". Com uma aparência feminina se banqueteia sobre bebês mortos.

 

Alp: entidade vampírica de origem germânica que atormenta as noites e os sonhos das mulheres. 

Esse vampiro é associado ao sexo masculino, pode ser um parente morto ou um demônio verdadeiro. Acredita-se que filhos de mães que usam coleira de cavalo para aliviar o parto se tornam Alp. 

O Alp poderia aparecer na forma de um gato, porco, pássaro ou outro animal, sendo associado com a imagem do lobisomem. Em suas manifestações ele costuma usar chapéu. 

O Alp bebe o sangue das crianças e dos homens pelos mamilos, mas prefere o leite das mulheres.

 

Asasabonsam: vampiro do folclore Ashanti que vive no fundo da floresta e possui forma humana. Ataca puxando suas vítimas para o alto das árvores. Suas principais vítimas são caçadores e aventureiros que adentram nas matas.

O asasabonsam apesar de sua forma humana tem dentes feitos de ferro e suas pernas possuem apêndices parecidos com ganchos. 

 

Aswang: vampiro de origem Filipina tem a forma de uma bela mulher durante o dia e de um demônio alado durante a noite. O Aswang pode levar uma vida normal durante o dia, mas durante a noite a criatura é levada para casa de suas vítimas por pássaros noturnos. 

Após saciar sua sede o Aswang fica inchado, assemelhando-se a uma mulher grávida. Se um Aswang lamber a sombra de alguém, segundo a crença essa pessoa irá morrer logo.

 

Bajang: vampiro da mitologia malaia que apresenta um aspecto de furão, para libertar-se dele é preciso o auxilio de uma curandeira. A vítima apresenta sintomas de convulsões, delírios e mais uma infinidade de problemas. 

O Bajang pode ser escravizado, atacando os inimigos de seu mestre. Ele é mantido em um tabong (uma espécie de jarra feita de bambu) que é protegido por vários encantamentos, sendo alimentado com ovos, toma a forma de seu dono quando não é bem alimentado.

 

Baital: vampiros da mitologia indiana, que se apossa do corpo de um morto para executar suas atividades vampíricas.

 

Baobhan-sith: vampiro de origem escocesa que se disfarça como uma bela virgem, e aqueles que caem nos seus encantos morrem. Costuma aparecer trajando verde ou na forma de um corvo, quando na forma humana apresenta patas de gamo que esconde em suas roupas longas.

 

Bebarlangs: vampiro de origem filipina que segundo a crença é membro de uma tribo que praticavam vampirismo psíquico, enviando seus corpos astrais e se alimentam da força vital dos indivíduos que atacam.

 

Bhutas: são vampiros da mitologia indiana que vive de fezes e intestinos encontrados em corpo decompostos, eles vivem como o Rakshasas em locais de cremação, transformando-se em corujas e morcegos. Tem uma predileção por recém-nascidos, podendo também, obsediar uma pessoa que passará a atacar outras, devorando-as. 

Um candidato a se tornar um Bhuta são pessoas que sofrem uma morte antinatural (suicídio, execução...).

 

Bramahparush: vampiro de origem indiana que consome seres humanos. Essa criatura bebe o sangue de suas vítimas através do crânio, depois come seus cérebros e terminam por enrolar os corpos de suas vítimas com seus próprios intestinos para, finalmente, realizar uma dança ritual. 

 

Bruxsa: vampira de origem portuguesa se transformando em vampira por meio de bruxaria.

Ela deixa sua casa, durante a noite na forma de um pássaro atormentando os viajantes perdidos.

Tem uma bela aparência, e durante o dia leva uma vida normal, assustando crianças à noite que, a maioria das vezes, se tornam sua principal fonte de alimentação. Acredita-se que é impossível matá-la.

 

Callicantzaros: são vampiros de origem grega. Crianças nascidas na noite de natal são candidatos a se tornar um Callicantzaros. Por conta dessa crença, muitas crianças sofreram mutilações para impedir que se tornassem vampiros. 


Chiang-shih: vampiro da mitologia chinesa de unhas longas, cabelos brancos com tons de verde e olhos vermelhos. Tinha a capacidade de voar, mas como o Vrykolaka não era capaz de atravessar a água, devendo voltar à sepultura após suas atividades.

Se transformava em animais, principalmente o lobo. Sua destruição se dava por meio do fogo.

Os chineses acreditam que possuímos duas almas: a Run, alma superior e a P'o, alma inferior.

Esta segunda corresponde ao nosso lado animal, sendo a causa do vampirismo quando por qualquer motivo ela não deixa o corpo.

 

Chordewa: bruxa vampira que muda a forma de sua alma para a de um gato, e se ele lamber os lábios de uma pessoa, ela morrerá em breve.

 

Churel: é uma vampira da mitologia indiana que morreu durante o parto ou período menstrual.

Aparenta ser uma linda donzela, sedutora que drena aqueles que se deixam seduzir por seus encantos. 

Outras vezes a Churel aparece com dentes caninos enormes, de sua boca pende uma língua negra, e sua cabeça é ornada com uma selvagem cabeleira negra. 

 

Civatateo ou Cihuatetico: vampira bruxa de origem Azteca. Era uma mulher nobre que morria durante o parto e, depois se tornava serva das divindades lunares. Suas vítimas favoritas eram as crianças, que logo morriam após o ataque fulminante de alguma doença.

Possuem as faces e as mãos alvas como giz e ossos pendurados em suas vestes.

 

El Cuero: É uma criatura vampírica que habita rios, lagos, lagoas e o mar, mas é freqüentemente encontrado em pequenas lagunas escuras, possui a forma de um grande couro bovino estendido, por isso seu nome indígena é "el Threquelhuecuvu" (thrulque = couro; huecuvu = gênio maléfico). Suga suas vítimas até deixá-las sem uma gota de sangue.

Na ponta do seu corpo tem certo tipo de garras. Poucos são os que conseguem ver sua cabeça, parece que tem tentáculos em forma de tenazes, que terminam em um par de olhos vermelhos saltados. Outros afirmam que seu rosto é terrivelmente feio. Abaixo do seu corpo, no centro, tem uma boca grande e ventosa com qual suga o sangue de suas vítimas.

Se desloca de forma suave nas águas a procura de alimento. Através de poderes consegue ipnotizar sua vitima quando vem à tona, rapidamente envolve a vítima, levando para o fundo do rio, onde então a devora. 

Para se livrar dele é preciso à presença de um mago que o chama por meio de rituais e uma vez perto da margem, o mago lança ramos de "calafate" (arbusto de duríssimos espinhos com frutos doces e azuis). O Cuero cego pelo feitiço pensa que o ramo de espinhos é uma presa e o envolve com força e assim se dilacera. 

El Cuero habita o Rio Bio-Bio, mas outras partes do Chile ele já foi avistado.


Ekimmu: espírito vampírico da Babilônia que se levantava da morte quando faminto, retornando à Terra para se saciar com sangue humano, era costume deixar sacrifícios de comidas perto de suas tumbas. 

 

Encourado: vampiro da mitologia do Nordeste Brasileiro. Criatura de aspecto humano vestido de roupas de couro preto, cheirando a sangue. Sua presença é precedida por acontecimentos omo, galinhas que param de botar ovos e não comem direito, cachorros que não saem de casa e gemem o dia todo, urubus e carcarás desaparecem voando alto para bem longe. 

O encourado costuma atacar pessoas que não freqüentam igreja, apóstatas, entrando na casa das pessoas apenas quando for convidado. 

Costuma-se sacrificar um galo vermelho ou uma galinha preta e deixar no portal de entrada para a cidade (pois ele só entra pela porta da frente), evitando assim que ele ataque. Antigamente, havia o costume de se sacrificar pessoas indesejadas, como criminosos.

 

Gayal: vampiro da mitologia indiana, que ataca parentes e os filhos de seus vizinhos. A pessoa se torna um Gayal quando ocorre um problema em seu sepultamento, sendo destruído quando lhe queimam o corpo ou quando for enterrado adequadamente. 

 

Ghouls: são entidades vampíricas da mitologia muçulmana e da Arábia que possuem formas femininas, e assombram sepulcros, atacando seres humanos e devorando-os, também escavam as tumbas para devorar as carcaças. Podem vir a manter um relacionamento marital com um homem, sem que ele se dê conta de sua verdadeira natureza.

 

Lâmia: um ser vampírico da mitologia grega, em vida foi uma bela mulher, que após a perda de seus filhos, ficou tomada pelo ódio e como vingança a raça humana, ataca crianças. Usa sua sedução para atrair rapazes e deles se alimentar. 

 

Kukudhi: é um vampiro da mitologia da Albânia, também conhecido como Kukuthi, Kukudhi, Lugat, Vorkolaka. Acredita-se que o Kukudhi se não for descoberto durante 30 anos se torna capaz de andar ao sol, levando uma vida humana. Sua destruição acontece por meio do fogo ou lobos.

 

Langsuir: vampiros da mitologia malaia que é similar à Strix. A langsuir é uma mulher que morreu de parto, ou ante a visão de seu bebê nascido morto. A lenda originou a crença de que se a mulher que morreu de parto for enterrada com ovos embaixo de suas axilas, e suas mãos fixadas com agulhas e contas em sua boca ela não se tornaria uma Langsuir.


Liahennen-shee: vampiro Elemental (muitas entidades elementais, como fadas, duendes e outros possuem a fama de serem vampiros) que fica nas proximidades da água, especialmente poços, fontes e riachos. Surge na forma de uma bela moça drenando aqueles que caem em seu encanto. O sangue de suas vítimas é colocado em um caldeirão sendo usado como revigorante na eternidade. 

 

Loogaroos: em Granada são vampiros que eram mulheres que praticavam magia, saindo durante a noite em busca de sangue, deixando seu corpo na forma de bolas de fogo.

Era evitada através do uso do arroz ou sementes, pois a Loogaroo ficava entretido a contar até o amanhecer quando tinha de retornar. Também tem o costume de atacar a criação, principalmente a de cavalos. 

 

Mahr: vampiro da mitologia sérvia que consistia na alma de alguém que retornava em busca de sangue. Podia atacar parentes ou não. O Mahr não tinha necessariamente que estar morto, podendo ser uma pessoa viva. 

Sua destruição é feita da mesma forma que a maioria dos vampiros (expondo-os a luz solar ou cravando uma estaca no coração). Na Bulgária são conhecidos por Morava e na Polônia por Mora.

 

Mauri: vampiro da mitologia Malásia que entra na casa de sua vítima e se alimenta do sangue da sua vítima, sendo na verdade um feiticeiro. Após sua morte ele pode continuar com suas atividades vampíricas. 

 

Mulo: vampiro da mitologia cigana, um morto-vivo que como, em grande parte das lendas, sai durante a noite para atacar retornando a sua sepultura ao amanhecer. É um ser etéreo, podendo assumir várias formas animais. 

As crenças ciganas mencionam o relacionamento entre o Mulo e uma amante, ainda viva, sendo tal relação tanto calma, como violenta, além da possibilidade do nascimento de uma criança, que viria a se tornar um caçador de vampiros, por possuir poderes para detectar e destruir vampiros.

 

Murony: vampiro da Valáquia que podia se transformar em gato, cão, inseto ou outras criaturas. Uma pessoa que morria de forma não natural era um forte candidato a se tornar um Murony. Em geral, mortes súbitas eram atribuídas a um Murony, desta forma para se evitar que um defunto voltasse como Murony atravessava-se o crânio do com um prego.

 

Nelapsi: vampiro da mitologia da Eslováquia, sendo um predador de gado e seres humanos, que pode trazer uma peste e dizimar populações inteiras. Algumas crenças ele tem dois corações e duas almas.

 

Obayifo: vampiro da mitologia africana, sendo um feiticeiro (a) que deixa seu corpo para sugar sangue, e as crianças são suas principais vítimas. Quando fora de seus corpos, o Obayifo se apresenta na forma de uma bola de luz. 

 

Obour: vampiro da mitologia búlgara. Um ser etéreo aparece após nove dias como um fogo fátuo, brilhando na escuridão e se tornando uma sombra projetada quando passa por uma luz. 

Age muitas vezes como um poltergeist, destruindo pertences das pessoas e cuspindo sangue.

Após quarenta dias ele adquire uma aparência humana sólida, podendo até levar uma vida normal. 

Para destruir o Obour era necessário prendê-lo em uma garrafa, atraindo-o com excremento humano ou qualquer outra iguaria de que se alimente, ou então usando ícones sagrados. Assim ele era compelido a entrar na garrafa podendo ser destruído. 

 

Penanggalan: vampira da mitologia malaia que segundo as crenças era uma mulher praticante de magia negra. Com o tempo ela passa a ter a capacidade de voar, contudo apenas partes de seu corpo executava o vôo, já que somente cabeça e intestinos saiam em busca de sangue.

Se alguém tocasse o sangue que gotejava de seus intestinos contrairia uma doença séria ou seu corpo ficaria repleto de feridas. Suas principais vítimas são mulheres no parto.

 

Pontianak: é um vampiro da mitologia malaia. Ele é um natimorto que aparece na forma de uma coruja, acompanhando sua mãe Langsuir. 

 

Rakshasas: são vampiros da mitologia indiana que habitam locais de cremação, seu líder é Ravana, de dentes pontiagudos e olhos sinistros. Eles possuem unhas longas e venenosas, sua aparência é feroz, sua cor é o azul escuro, mas podem ser verdes ou amarelos. 

Segundo as crenças eles possuem grandes tesouros, guardiões de templos e palácios. Vagam a noite a procura de sangue de crianças, especialmente as recém-nascidas, gestantes. 

São acompanhados, muitas vezes, pelas Hatu Dhanas, sacerdotisas que acompanham esses seres em seus banquetes sangrentos. 

 

Stringla: uma entidade vampírica da mitologia grega que drena sangue de crianças, durante a noite. 

 

Strix: vampiro da mitologia Romana, que acreditavam ser uma bruxa, que atacava crianças em forma de coruja. Voava durante a noite também para ter relações sexuais com homens que ao final era drenados. 

As formas de se acabar com uma Strix ou Strega era o mesmo que grande parte das tradições conhecidas, mas acredita-se que comer pedaços da Strix cura suas vítimas.

 

Tlahuelpuchi: tradição mexicana que se refere à menina que sofre sua primeira menstruação (menarca) e desenvolve um desejo profundo por sangue, transformando-se durante a noite em animal para executar seus ataques (crianças, adultos e gado).

 

Upiercza: vampiro de origem polaca, que corresponde a espectros de mortos que conservam a avidez de devorar, fazendo vítimas perto de suas tumbas. 

 

Ustrel: vampiro da mitologia da Bulgária, sendo uma criança que nasceu no sábado e morreu sem batismo. Nove dias após o enterro, o Ustrel sai de sua sepultura e ataca o gado. Quando se torna forte, não necessita voltar para a sepultura morando nos corpos dos animais (chifres do touro, úbere de uma vaca, na lã do carneiro).

Apenas os lobos eram capazes de destruir o Ustrel, onde os aldeões faziam duas grandes fogueiras em uma encruzilhada freqüentada por lobos e conduziam a manada entre as fogueiras, assim o Ustrel se lançava do seu animal hospedeiro e cai na encruzilhada. 

Assim como em outras lendas, o Ustrel podia gerar filhos, e tais crianças eram apreciadas por seus poderes sobrenaturais. 

 

Vorkolaka: é um vampiro da mitologia da Bulgária. Ele é a alma de um criminoso que assombra o local de sua morte, atacando e sugando o sangue dos que passam nas imediações de sua sepultura. Preso a terra ele não pode nem ir para o céu ou o inferno, sendo destruído por meio de cerimônias religiosas e com a construção de uma cruz no local.

 

Vrykolakas: vampiro da mitologia grega que possuía de quando estava vivo, e podia entrar em corpos de animais ou assumir as suas formas. Suas vítimas se tornavam invariavelmente um deles. 

Voraz, selvagem seus ataques são rápidos e rasgam a carne com os dentes para se banquetear com o sangue. A uma relação deste ser com a licantropia, como pode ser vista na raiz do seu nome.

Muitas vezes se comportam como poltergeist, destruindo mobília, produzindo sons e inúmeras manifestações associadas. Embora sejam criaturas noturnas, existem manifestações durante dia, sendo o Sábado o dia em que ficavam em suas tumbas. Eles também não capazes de atravessar a água e muitos suspeitos de serem Vrykolakas eram mandados para ilhas na esperanças que lá ficassem.

O s Vrykolakas também são conhecidos por Vurvukalas, Vrukolakas, e os cretenses o chamam de Kathakanas. 

Assim como na lenda do Mulo, o Vrykolaka, também era capaz de gerar filhos, principalmente com sua viúva ou mudar de cidade e constituir nova família. Para os gregos o vampirismo era herdado, crianças filhas de vampiros podiam ser vampiros ou caçadores de vampiros.





Fama e Glória moldada no sangue

“O homem transporta a obsessão do sangue através das raças e civilizações. Pode o homem morrer, desaparecer os impérios, que a humanidade – a mais que velha humanidade – não esquece a presença atemorizante do sangue, a sua presença oculta no interior do corpo, o seu mistério. Cada molécula parece dissimular uma terrível verdade: o próprio segredo do homem e do universo.” – Jean Paul Bourre

 

Como já dito o mito do vampiro é conhecido em praticamente todo o globo terrestre, quiçá outros universos e planetas, não sabemos. Mas alguns mitos atingiram uma fama particular como o caso de Lilith, Drácula... Falemos um pouco deles em separado:


Lilith

 Na cultura judaica Lilith foi a primeira mulher de Adão. Ela teria sido criada como gêmea de Adão, sendo feita do mesmo barro que ele, porém cheio de impurezas e sedimentos.

Lilith convive com Adão, mas não se subordina a ele, principalmente na hora de se relacionar sexualmente, ele exige que ela fique por baixo, mas ela não aceita.

Por conseqüência de sua constante insolência Lilith incorre na ira Deus, e foge para o Mar Vermelho onde encontra Samael. Deus envia três anjos para trazer Lilith de volta para Adão, mas como ela não retorna Deus a pune, tirando os filhos que ela teve com Samael. 

Lilith dá a luz a 100 demônios por dia que juram perseguir a humanidade, descendentes de Adão  e Eva.

Por ter sido amaldiçoada a esterilidade Lilith persegue crianças e recém-nascidos para causar-lhes a morte, além de provocar abortos, esterilidade. Também age como succubus para absorver o esperma, causando loucura, depressão e morte nas vítimas de seus ataques. 

Em uma lenda islâmica ela é a origem do djinn (gênios) seres de fogo que vivem no espaço entre os mundos. 

Lilith têm suas origens anteriores a cultura judaica, na Suméria a resplandecente "Rainha do Céu" era Lil, que designava tanto "ar" quanto "tormenta". Muitas vezes aparecia de forma ambígua, como a amante de "lugares selvagens e desabitados", associada ao aspecto obscuro da Deusa Inanna e sua irmã Ereshkigal, Rainha do Mundo Subterrâneo.

Lil também era a palavra sumero-acadiana para "tormenta de pó" ou "nuvem de pó", um termo usado para designar fantasmas cujo aspecto era justamente a de uma nuvem de pó e que supostamente se alimentava do pó da terra. Na língua semítica "liliatu" era então " a criada de um fantasma", porém prontamente se fundiu com "layil", que significa "noite", se tornando uma palavra que designava um demônio noturno.

Só há uma referência à Lilit, como coruja, no Antigo Testamento. É encontrada no meio de uma profecia de Isaías. No dia da vingança de Yahvé, quando a terra se envolverá num deserto,"e um sátiro chamará o outro; também ali repousará Lilith e nele encontrará descanso." Inanna e Isthar eram chamadas de "Divina Senhora Coruja" (Nin-nnina Kilili). Isso pode explicar de onde provêm Lilith e porque era representada como uma coruja.

Além do aspecto de coruja, Lilith também aparece como a serpente que tenta Eva.

Atualmente, com retorno de religiões ligadas a figura da Deusa Mãe, a Lilith demônio, foi substituída pela imagem do verdadeiro poder que ela sempre representou o da Liberdade, o da força em não se subjugar a nada.



Bárbara (Barbe) Cillei e Herman de Cillei

 Irmãos que viviam em incesto na Romênia do séc. XV, na ocasião de sua morte por envenenamento Bárbara grita: “Voltarei!”. 

Através de invocações a poderosas forças ocultas, o irmão pede que sua irmã ressuscite. Segundo as lendas romenas, ele obtém êxito completo e sua irmã levanta-se do túmulo e passa a visitar o castelo de Varazdin (atual Iugoslávia), onde se encontra sua sepultura após ser transportada de Graz, na alta Síria. 

Bárbara Cillei era conhecida como “a Messalina Alemã”, e foi a inspiradora da novela vampiresca do séc. XIX Carmilla, de Sheridan Le Fanu.

Em 1936, na aldeia de Kneginecc, próximo a Varazdin moças apareceram mortas de forma estranha, após exorcismo executado nas ruínas de Varazdin as manifestações cessaram. 

Herman de Cillei escreveu a Pratique de Vampirisme, deixando para gerações futuras o segredo da imortalidade.



Drácula

 Drácula, é o nome pelo qual ficou conhecido o príncipe Vlad Drakul (Drakulya), senhor da Valáquia, província dos Cárpatos de 1456 a 1462. Membro da Ordem do Dragão, confraria militar de iniciação fundada por Segismundo I da Hungria para lutar contra os turcos, deu a origem do nome de Drácula, que vem de “Drac” que siginifica dragão, símbolo de imortalidade, vitória sobre a morte e representação dos quatro elementos formadores do mundo.





O dragão possui uma simbologia muito forte, na magia chinesa as correntes de energia que atravessam o mundo são chamadas de “veias de dragão”, e para os taoístas alguém que tenha vencido a morte torna-se um imortal voador com a aparência de dragão.

O príncipe Drácula também foi conhecido por Vlad Tepes, que significa Vlad, o Empalador, referindo-se ao tratamento que ele dava aos inimigos e seu próprio povo.

Era conhecido por ser um guerreiro destemido e sanguinário, especialista em torturar, ele empregava estacas e lanças que precisavam ser afiadas, para que as perfurações não provocassem imediata agonia e antes intensificasse o sofrimento dado o tipo de chaga alargada que daí resultava. Vlad costumava almoçar em meio as suas vítimas de empalamento, chegando a usar o sangue de suas vítimas como molho para o pão.

Em Târgoviste ele empalou, na Páscoa de 1459, 500 Boyards. Em agosto de 1460, ele matou 30000 prisioneiros em Anilas. Também é conhecido por utilizar técnicas de guerra biológica, mandando pessoas que possuíam algum tipo de doença transmissível terminal para atacar os turcos e assim passar a doença. 

O castelo de Drakul em Arefu é conhecido como o castelo do terror, pois foi construído por 300 nobres romenos que atraídos por Drakul em um suntuoso banquete em Târgoviste, viram-se aprisionados e levados pelo vale Ollul. Milhares de mulheres e crianças pereceram pelo caminho, os que sobreviveram trabalharam até o fim na construção da fortaleza de Curtes de Arges.

“A história não esclarece quanto tempo levou a construção. Escravizados, acabaram por ver suas roupas cair, continuando a trabalhar nus; prosseguiram até tombar mortos pela fome, fadiga, frio e esgotamento...”

O bispo d’ Erlau em 1475 acusou Drácula de matar mais de 100 mil pessoas.

O príncipe Drácula foi morto pelos turcos numa emboscada em Bucareste, contava 45 anos, sendo enterrado em um mosteiro em Snagov sob uma laje sem inscrição. Em 1931 sua tumba foi aberta e constatou-se o sumiço de seus restos. Outras versões para sua morte contam que ele tenha sido morto por seus próprios soldados, cansados de seu reinado déspota. Outra versão diz que, na verdade, Drácula foi morto por engano, pois tinha o hábito de se disfarçar de turco e adentrar suas fileiras para matá-los, no entanto, foi confundido por seus soldados e morto. 



Erzsébet Bathory (ou Elizebeth Bathory)

 Condessa austro-hungára, casada desde os 15 anos, com Ferenc Nadasdy, morando no castelo de Csejthe, no Nordeste da Hungria. 

Seu marido era um reconhecido guerreiro denominado de “Herói Negro”, dado ao seu sadismo.

Prima de Drakul, aos 20 anos ela conhece o intendente Thorbes, que a inicia em magia negra e lhe transmite os ritos secretos da seita “Ave Negra”, que mantinha relações com a Ordem do Dragão de Segismundo, que por vezes foi acusada de práticas de magia. 

Participavam dos cultos Erzsébet, Thorbes, sua sogra, duas criadas e o mordomo Johannés Ujvary. Depois de viúva as reuniões que fazia eram freqüentadas somente por Thorbes e o Mordomo Johannès. 

As histórias sobre Erzsébet versam sempre sobre seu zelo com a beleza, e sua constante preocupação com o seu envelhecimento, uma dessas histórias conta que a condessa irritada com uma serviçal, bateu-lhe com força no rosto tirando sangue de seu nariz, espirrando em uma das mãos (algumas versões dizem no rosto) da Condessa.Após limpar a mancha, a condessa contempla o local, e percebe que ali havia adquirido um brilho translúcido. 

Depois do incidente durante 10 anos Lady Bathory ordenou que fossem degoladas uma centena de moças para banhar-se no seu sangue e assim manter sua juventude. 

A condessa, segundo crenças, bebeu sangue de mais de 650 garotas, além de canibalizar e torturar (como o congelamento de mulheres na neve de inverno perto do seu castelo, jogando água gelada nelas). Ficou conhecida como o “Tigre de Cachtice”, sendo associada frequentemente  a licantropia do que vampirismo.

Em 1610 uma das vítimas conseguiu fugir. O rei Mathias II, conhecedor do caso, encarregou o conde Thurzo de investigar o castelo de Bathory. Na sala grande da torre de mensagem, descobriu um cadáver, cujo corpo não havia uma gota de sangue, vasos cheios de sangue coagulado, e um moribundo que fora torturado. Submetido a interrogatório o mordomo Ujvary confessou ter participado de 37 assassinatos rituais. Uma tesoura era usada por Bathory para executar, e seus servos recolhiam o sangue para os banhos de juventude Bathory (que são considerados lendas).

A condessa confessou seus crimes de forma arrogante e fria. Os dois necromantes foram condenados a morte, tendo suas unhas arrancadas, língua cortada, olhos espetados e por fim foram queimados a fogo lento. 

Bathory foi decapitada, por causa de sua posição a sentença mudou para prisão perpétua a pão e água. Morreu em 1614, presa em sua torre.


A ciência do vampiro

 Como explicar as doenças que acometiam a população da Idade Média e eras anteriores? Como explicar mortes súbitas de um indivíduo claramente saudável? 

As lendas de vampiros e outros seres se originaram em mentes que viviam acossadas entre a ignorância e repressão religiosa, e a incerteza da morte por agentes invisíveis que por certo trabalhavam para as forças do mal. 

Há pouco tempo é que foram descobertos os vírus, as bactérias, eles sempre estiveram aí, mas somente há muito pouco tempo é que conseguimos contemplar suas carinhas e descobrir que seres tão pequenos podem nos matar em poucos dias. 

Fora isso também era de completo desconhecimento o processo de putrefação do corpo humano, como as unhas e os cabelos poderiam crescer se a pessoa está morta? É uma pergunta cabível para a mentalidade supersticiosa das pessoas de outrora. Não se sabia dos gases que o corpo produzia, fazendo que o defunto inchasse ou mesmo exalasse sons que só poderia fazer em vida...

 Algumas doenças, que hoje conhecemos seus processos, eram consideradas como um sintoma de que a pessoa foi atacada por um vampiro, como é o caso da Porphyria onde o corpo não produz hemoglobina suficiente. 

Anemia forte, que é caracterizada por presença de poucos eritrócitos e hemoglobina, tornando a pele do paciente pálida (mais um vampiro a espreita!). Na África, a doença hoje conhecida como anemia falciforme, onde os eritrócitos apresentam uma forma de "foice" e não a forma normal arredondada era um sinal de vampirismo.

A catalepsia que consiste na paralisia temporária e consciente, onde indivíduo então aparenta estar morto, sendo possível que várias pessoas tenham sido enterradas vivas. 

A tuberculose e a raiva também eram doenças que foram encaradas como sinal de vampirismo, em estudos recentes de ossadas de túmulos de pessoas acusadas de serem vampiros, descobriu-se que muitas sofriam na verdade de tuberculose. Assim se explica a crença de que um vampiro sempre voltava para matar seus parentes, na verdade eles morriam por que mantinham contato com o doente de tuberculose, morrendo logo depois. O sangue que muitos candidatos a vampiro expeliam pela boca, também tem suas causas explicadas pela tuberculose que causa tosse com sangramento.

A raiva que era transmitida pelo morcego, fazendo a pessoa ter hidrofobia (o vampiro que não atravessa água).



Por fim concluímos que a lenda do vampiro é variada, e como parte da cultura ela é um bem a ser mantido, por que revela a personalidade de um todo um povo, de toda uma história.

Eles mudaram, com o tempo de seres monstruosos cuspidos pelas profundas do inferno, eles se tornaram galãs sedutores que te seduzem para as delícias de um prazer mortal. 

Hoje ascendeu ao status de anti-herói, o que isso pode significar culturalmente, não sei... A de se pensar sobre o assunto!

Para mim eles são sempre os misteriosos seres que caminham pelas noites, libertos da morte, a procura de saciar sua sede de sangue... Eles estão esperando pelo fim ou por outro recomeço? 

Deixo-os então sobre a sombra da noite, pois como alguém me disse, tem coisas que só acontecem à noite... O mito do vampiro também!


Bibliografia:

Vampiros: Rituais de Sangue - Marcos Torrigo.

O Livro dos Vampiros - Jean Paul Bourre.

Temple of Vampir - ...

Um Estudo em Vermelho - ...

E sites relacionados.